Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo...
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
(Soneto do Amigo e Soneto do amor como um rio, Vinicius de Moraes)
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
(Soneto do Amigo e Soneto do amor como um rio, Vinicius de Moraes)
Não há nada que uma noite bem dormida, um pão quentinho com manteiga e um amigo pra bater um papo não resolvam.
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