domingo, 23 de novembro de 2014

Mudanças e aprendizados

Faz um longo tempo que não escrevo para o blog, aproximadamente sete meses, e nesse período tanta coisa aconteceu... Vou resumir os principais acontecimentos.

Voltei a sentir meu coração quente e emotivo. Um sopro de esperança e confiança se entrelaçou pelas artérias.
Aprendi a viver cada dia. Ainda não estou muito boa nisso, mas tento aprimorar essa técnica. Vivi um ano contado nos dedos e agora tenho mais um ano e quatro meses em contagem regressiva. Cada dia é único quando você tem consciência de que pode não haver outra chance novamente.
Nesse período tenho aprendido a ser mais carinhosa, mostrar meus sentimentos e intervir com meus pensamentos quando acho necessário.
Tenho valorizado mais a companhia das pessoas.
Da primeira vez que entrei na aula de dança além de ter conhecidos pessoas maravilhosas descobri que dançar faz mágica com o humor.
Agora, depois de uma pausa de quase seis meses, entrei nas aulas de tango e estou aprendendo a ter auto confiança, resistência e liberdade de criação.
Tenho caminhado muito para extravasar minhas emoções.
As vezes você não precisa saber muitas coisas profundamente, mas é bom conhecer um pouco de cada, ajuda a fazer boas escolhas.
Descobri que eu consigo encarar diferenças com uma naturalidade fora do normal.
Eu realmente odeio quando pessoas falam mal de outras perto de mim.
Eu consigo viver bem em cidades pequenas.
Fiz uma lista duas vezes para os anjos com algumas pedidos e eles tem me ajudado...na verdade, acho que foram mais que duas rsrs. Tenho observado que sempre que pergunto algo a Deus ou ao Universo ele me responde.

Conhecer uma nova língua significa se conectar com pessoas. Quando eu iniciei meus estudos em língua estrangeira não sabia ao certo o motivo, dei algumas desculpas e simplesmente fui para as aulas, mas agora eu tenho minhas respostas rs. Falar uma nova língua significa mais que uma oportunidade a mais de trabalho, significa vínculo, laço, amizade.

Por último, mas não menos importante, dia 03 de setembro eu saí do Brasil para o Canadá com expectativa de retorno apenas em dezembro de 2015.
Duas malas, uma mochila, um leão de pelúcia e uma lista de dúvidas. Saí com mais dúvidas que certezas, mas por cima do medo a coragem.
Uma lista de perguntas sobre mim mesma, sobre o mundo em que vivo e o que significa viver essa vida de meu Deus. Saí para ver o novo e talvez reformular as perguntas, descartar algumas, fazer novas perguntas. Bem, resposta que é bom tá difícil rsrs.

Nesse período eu descobri que felicidade é... estar com quem você ama. Nada mais. 

Dependendo do dia saudade pode ser doce ou amarga rs.
Doce quando você lembra o que ocorreu.
Amarga quando você imagina o que você poderia ter feito para melhorar ainda mais aqueles dias.

Conselho do dia:
Feche os olhos. Pense em alguém que você gosta muito e em como você gostaria de cuidar dessa pessoa. Como você falaria com ela quando quisesse reclamar de algo, o que você faria quando essa pessoa sentisse frio ou ficasse triste. Pense no que você gostaria de cozinhar para essa pessoa no almoço. Para onde você levaria ela para passear. Abra os olhos.

Cuide de você mesmo como você cuidaria da pessoa que você mais quer bem 
e veja a mágica se realizar.











See you later...

sexta-feira, 18 de abril de 2014

"Eu quero a espada em minhas mãos..."

Tenho procurado um caminho novo, uma forma de vida que saia desses padrões de escravidão informal.

Eu quero minha alforria e por ela luto no escuro com o cotidiano... Eu sei que há até uma certa liberdade fictícia, mas não dá mais para viver nessa prisão social.


Lutamos no escuro.
Estamos presos no escuro.

Escravos de uma vida erguida em padrões antigos. 
Escravos do século XXI.

Mas tudo passa. 
Tudo passará.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mas é que toca a minha vida na cifra da canção...

Toca Legião Urbana!
Toca a minha vida em suas canções. Toca o meu coração.


Durante toda nossa vida ou enquanto estivermos conectados ao nosso coração passamos por crises. Crises internas, de relacionamento, familiares, espirituais, crises em todas as situações e não adianta dizer chega. Momentos em que estar nesse planeta azul em meio a tantos conflitos nos deixa sem ar. Desejamos viver sem ao menos sabermos o que isso significa realmente, desejamos diariamente algo novo que nos complete. O trabalho dos sonhos, a família do comercial de margarina, o marido dos contos de fadas, o carro com IPI reduzido, e dentre tantas fantasias a realidade se transforma no pão que o diabo amassou. Como podemos ser tão bem adestrados? Como pode termos de acordar as quatro e dormir as onze para ganhar o dinheiro que vai pagar as contas de coisas supérfluas e que não são realmente necessárias para termos uma vida plena de satisfação e, talvez, alegria.
Quem foi esse que instituiu a miséria de espírito no cotidiano das pessoas? A frieza, o desanimo, o desprezo pelo sentimento dos outros diante da nossa rotina pesada de afazeres que não nos levam a lugar nenhum, a menos que o seu interesse seja acumular dinheiro. Mas e se você quiser crescer como pessoa? Não é o mesmo que crescer na empresa ou passar na pós graduação, o que eu quero dizer é,  e se você quiser ser uma pessoa mais madura emocionalmente, enfrentar seus medos e fraquezas, e se no fundo o seu desejo for uma vida confortável com a natureza, aprender a respeitar o outro?
E se o que falta na sua vida não for aquela roupa nova, mas sim uma conversa em pratos limpos? Um abraço repleto de reconciliação ou o perdão?

Oremos, porque nada disso se compra com dinheiro! Mas se pode construir dia a dia um caminho de positividade que nos leva a enxergar um espaço para nós nesse mundo, existe um caminho que nos faz reconhecer que somos especiais e fazemos a diferença. Eu o chamo de autoconhecimento, o caminho que percorremos para dentro de nós mesmos. Ele é escuro e incerto, mas só assim saberemos quem é aquele que vemos refletido no espelho.




terça-feira, 18 de março de 2014

Sorrisos

 Sorria 


Vale a pena


Ser feliz



Sobre a monotonia de todo dia

Não sei se é porque sou de aquário ou porque Marte está passando pelo meu ascendente, se é um problema meu ou de todo mundo, mas a monotonia de todo dia me tira as forças, apaga o meu sorriso e embaça a minha visão.
Meu Deus, é isso mesmo? Só pode ser brincadeira... Não que eu queira pular de um avião ou viver perigosamente por aí, até mesmo porque isso se vê todo dia, você pode ir comprar pão e no meio do caminho se sentir num campo de guerra. O que sinto falta é de um pouco de brilho com toda essa rotina, formalidades e falsas exigências.
Falta a exuberância de sermos nós mesmos por aí, a sinceridade nos sorrisos dados por obrigação, a honestidade e respeito na hierarquia nem sempre necessária, a educação de um bom dia, o compromisso no entrelaçar das mãos. Faltam mais árvores e flores, mais animais, menos trânsito e horas perdidas no engarrafamento.
Faltam seres humanos, pois excedemos no número de seres funcionando no controle automático.


Eu quero a chance de viver extravagantemente feliz.

Sete vidas ou mais

 Da primeira vez que morri não lembro mais quantos anos eu tinha a única coisa que me recordo é de que uma tristeza muito grande me invadiu e congelou uma parte do meu coração.

Da segunda vez que morri acho que já estava com dezessete anos, foi quando me separei de pessoas queridas e as conversas acabaram. O silêncio invadiu o meu coração e eu me vi comigo mesma.

Da terceira vez que morri eu ainda estava aqui, mas a perspectiva de separação era iminente e já trazia a sintomatologia da minha morte. Uma saudade invadiu o meu coração. As lembranças, os desejos e até o perdão bateram em minha porta.

Deveríamos morrer conscientemente diversas vezes na vida para nos darmos conta de que todos os momentos são únicos, para vivermos intensamente os nossos sonhos, para revisarmos o que fizemos ao invés de empurrarmos apenas com a barriga. É na véspera da morte que tomamos consciência de nós mesmos. Valeu a pena? Eu fiz aquilo que eu gostaria de ter feito? O que eu deveria ter dito foi dito? Por que não conversei mais vezes com aqueles a quem amei? Por que não amei mais? Não ajudei mais? Não vivi mais?!


Celebremos então a morte nossa de cada dia, uma das poucas maneiras de encararmos o destino que estamos dando a nossas vidas, aquilo que nos dá a chance de acordar no dia seguinte e fazer o mesmo, ou quem sabe diferente
.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pensamentos da madrugada

Falamos dos outros aquilo que reconhecemos em nós. 
Se você maldiz o outro é porque somente reconhece suas próprias deficiências. Se você bendiz o outro é porque vê refletida sua melhor face.
Reconhecemos somente aquilo que nos é conhecido.
Se não julgarmos o outro, mas sim o entendermos, compreendendo e auxiliando em seu crescimento pessoal então estamos também progredindo em nossa caminhada.






Sobre o acaso, desenhos e coisas não tão aleatórias

Quatro paredes, uma janela sempre aberta e uma porta cor laranja berrante. Na janela cactos, na porta fitas do Senhor do Bonfim e contra a homofobia, na parede papeis e telas pintadas por mim e um desenho achado no lixo.

A parede de um quarto revela mais sobre a vida e personalidade do que muita biografia escrita por aí.

Duas fotos de criança tiradas em momentos distintos retratam o sorriso forçado para os contratos sociais, os olhos de quem quer brincar ao invés de tirar foto. Duas telas foram feitas em dias tranquilos de curiosidade e tentativa sem muito sucesso de fazer um desenho exemplar. Ambos em azul, verde e amarelo, mas sem ser a bandeira do Brasil. A última tela pintada por mim traz a raiva e a tristeza do fracasso, a luta contra a constante necessidade de vitória sempre e o meu mundo em guerra. Tempos difíceis, mas que valeram cada segundo em uma tela de 15 por 20. Há também uma colagem feita em papel ofício que quase infantilmente apresenta uma xícara navegando no mar tendo ao fundo um por do sol laranja vibrante. A xícara tem uma longa história, se não me engano já contei aqui no blog há uns anos. Se trata de um barco que leva um monstro solitário pela imensidão do mar. A xícara vai e vem ao sabor do vento, mas o monstro nada pode determinar por não ter forças para guiar o barco. Quando ela segue a correnteza e se aproxima de uma praia com habitantes o monstro se assusta e teme ver outras pessoas... Uma longa história.
O desenho do lixo é um dos mais bonitos, triste e feito com uma tinta preta aguada em papel branco.
Na outra parede há desenhos recortados e um painel.
Quem diria que um dia eu veria o significado de papéis colados ao acaso em épocas diferentes e que ainda hoje representam a decoração de minha vida.
O painel mostra o sistema solar, meu amado e desejado conhecimento pela astronomia, física e abstrações sobre o universo. Veio junto com uma revista, não tem o desenho de Plutão, mas a legenda com um resumo dos planetas faz valer a pena.
Uma reprodução de G. Doré de uma fábula de La Fontaine (O pastor e o mar) segue colada logo abaixo. O pastor, as ovelhas e um clarão do céu me fazem pensar nessa busca por Deus...
Outra feita por um autor que não lembro mais mostra o mar azul bonito com suas ondas a colidir em uma pedra. Por fim, um cordel e a foto de uma xilogravura, céu nublado, cenário escuro e uma pessoa a andar com um guarda chuva que lembra uma maçã.


Escancarada estou nas paredes do quarto, livro aberto escrito em idioma desconhecido.



Desenho aleatório...ou não. 

É um ato de coragem seguir o coração.

É um ato de coragem seguir o coração.

“Segue minha filha. Vai!”

Há dias que não escrevo, apenas vivo, leio e penso. Hoje resolvi que faria algo a mais, iria sentir. Terminei algumas páginas do livro e como sempre não tive condições de seguir em frente, a mente chegou ao ponto exato em que precisava parar e se recompor.
Fechei a porta. Desliguei as luzes. Deitei e achei que havia me perdido. Me perdi em pensamentos, dores no corpo e respiração entrecortada. Estratifiquei o corpo e relaxei apenas tentando respirar e me observando. Não conseguia respirar com as duas narinas. Apertei o nariz, inspirei e expirei, depois de muitas tentativas reconheci  que não sei como fazer isso direito. Depois de um tempo funcionou, mas não entendo como posso fazer algo a minha vida inteira e ainda assim não fazer bem. Talvez, por quase nunca prestar atenção...
(...) Senti o coração pulsar e o jorro de sangue vivo que corre em meu corpo, senti o corpo inerte e de olhos fechados via medo em mim. Tive medo de mim, de tomar consciência e ser, medo do desconhecido, das ondas que preenchem o meu corpo e se movem quando paro.
O coração acelerava estando eu parada e com o pensamento sendo observado por mim. Receio do quê? Medo por quê?
Tudo passa, tudo esvai, tudo flui.
Não sei explicar nem muito menos vou me esforçar por fazê-lo, simplesmente senti que não sentia nada. Ao ponto que poderia estar deitada, em pé ou de cabeça para baixo, tanto faz no caos ordenado do universo.
Tive medo e voltei. Seguir o coração é um ato de coragem, é um esforço diário, é lutar contra o oponente mais forte, lutar contra você mesmo e ir. Levar o outro é fácil, seguir a trilha do outro é simples, difícil é trilhar e colocar as pedras no caminho. Construir o caminho. Dar o primeiro passo. Vencer a adrenalina que imobiliza e ordena que fuja. Difícil é desapegar em meio a tantos apelos. Mas nada é tão difícil que não possa ser simples, porque a complexidade mora no raciocínio humano.
O auge da complexidade na verdade é o limite da abstração humana, pois na verdade, em suma, há apenas simplicidade no universo.
(...)
Escrevo para não vomitar, para aguentar o vendaval que abala os meus alicerces vazios construídos em areia movediça, repletos de insegurança e medo daquilo que desconheço, conheço ou reconheço, pilares que afastam o meu coração dos meus sonhos.
Quebrá-los-ei. Afogá-los-ei. Sobreviverei.
Escrevo para tomar consciência dos pensamentos. Me fortificar reconhecendo as fraquezas.
Tudo passa tudo muda. O mistério é viver no presente, ser e estar presente.


O mistério é ser e estar.




Borboleteando...