terça-feira, 28 de junho de 2011

Sejamos!

Se algum dia eu descobrir qual a minha vocação não sei se vou gostar. Digamos que acabará todo o suspense e mistério que ronda essa incerteza de ser ou não ser.



Hoje me senti ferro fundido em chamas ardentes, preso em um caldeirão de água no qual à medida que o tempo passava perdia calor e virava brasa ardente e luminosa.


Que buniteza seria se eu só fosse luz, faísca de brasa, espuma de mar, perfume de flor, canto de passarinho, pétala de rosa, cobertor no dia frio... que buniteza seria ser estrela no céu.

Lá vamos nós...










Só faço questão das coisas boas, as ruins pode levar...



terça-feira, 21 de junho de 2011

Quando uma Lua chega de repente e se deixa no céu como esquecida...'

Não chore por mim argentina...’

Eu tenho o poder de transformar coisas simples em uma grande e terrível fada de cinco cabeças chupa-cabra com a força arrebatadora de um hipopótamo.

Da fresta da janela pode-se ver uma casa bem ao longe com uma luzinha acesa. Quem será que mora ali? Será que há alguém na janela olhando pra luz de cá?

Senti uma vontade surgir de forma bem sutil, como um fio de água escorrendo, e enquanto ouvia o ronco do computador, os carros que vez ou outra passavam e o ‘tlec tlec’ das teclas ela foi embora... Assim como veio se foi.

Há diversas formas de amar alguém, e indubitavelmente, toda forma de amor é válida.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E se eu olhar para o céu...

Não sinto mais o chão.

Voa passarinho !





segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lembrete


Com as mãos ainda tremulas e molhadas de suor liguei o computador, abri uma página do Word e esperei as duas únicas lágrimas secarem pela minha face.


Em menos de duas semanas passei por uma mesma situação repetida em diferentes lugares com diferentes pessoas. Pessoas, que supostamente não conheço, falavam comigo, sorriam, acenavam, chamavam meu nome e vinham ao meu encontro. Como pode? Quem são eles? De onde me conhecem? Quem sou eu?

Sinto nas entre linhas quando vão me reconhecer, um olhar mais alongado, inevitavelmente eu encontro seus olhares.

Após resolver alguns problemas fui olhar uma loja qualquer, tinha uma camisa com a estampa do Snoopy pendurada no cabide, quando percebi. Ele estava conversando com uma garota e parecia não prestar tanta atenção, meu olhar encontrou o dele e eu sabia instintivamente que ele iria me reconhecer mesmo eu não fazendo idéia de quem poderia ser aquele homem. Me dediquei a olhar a camisa esperando que ele fosse embora sem falar comigo, mas quando se aproximou deu um largo sorriso e me cumprimentou como se já tivéssemos nos visto antes. Retribui com um aceno de cabeça acompanhado de um breve sorriso.

Meu Deus, o que é que há?

Lá vai ciranda e destino...'


Livro, porta, caneta sem tinta, escada, Sol, braço.




Algumas vezes estamos nós, vivendo nossa vida, quando nos deparamos com o impossível, o intransponível problema. Nos vemos sozinhos abraçando nossos joelhos com os olhos vermelhos da dor e tristeza que se apodera. Diante de uma caixa fechada pensamos seriamente com nossos botões o próximo passo.

E assim lá vamos nós, vivendo nossa vida embaralhada como uma folha de papel com palavras sem nexo escritas randomicamente. Cabe a cada um descobrir e aprender a melhor forma de pular a fogueira.



Um livro esquecido na escada era aquecido pelo Sol, caminhei até ele, ergui o braço e na ponta dos pés puxei-o para mim. Na primeira página um rabisco na margem dizia “Uma porta fechada sempre nos remete um mundo de possibilidades”. Puxei uma caneta do bolso e ia começar a escrever sobre aquilo quando percebi que falhava. Fechei os olhos e deixei minha mente explodir em relâmpagos e trovões.

Me abrace com seus olhos


Quando era criança pensava na vida como gente grande, discutia comigo mesma os problemas mundiais e as questões do meio ambiente, desigualdade social e capitalismo. Os anos foram passando e me enveredei sobre os astros, seus mistérios, a origem do universo e do mundo em que vivemos. Passei a usar menos tempo para os problemas do mundo. Um tempo se passou e eu me vi usando uma longa camisa azul, calça jeans, cabelos arrumados e bolsa. Não pensava mais nos astros, nem nos mistérios da vida, muito menos em seus dilemas que continuam sendo os mesmos.
De repente me senti uma grande estúpida e idiota, sentada no meu umbigo dentro de pensamentos sem fundamentos. De repente vi que a minha teoria de criança estava amplamente certa, depois de um período nos acostumamos com tudo, não importa se bom ou ruim, apenas nos conformamos, abanamos a cabeça e começamos a construir a grande muralha que nos separa do mundo. Ainda menina sabia que mais dia ou menos dia isso também me atingiria, a única forma que tive de promover minha libertação foi plantar dentro de mim a vontade de ser eu mesma, estando fora de cogitação ter medo daquilo que sempre fui, uma louca perdida num universo de idéias.

Quanto mais estúpida me sinto, mais perto da liberdade estou.

Enquanto o sono não chega




Àquela hora a madruga já estava indo embora, eram quatro da manhã e não havia dormido nada durante a noite de domingo para segunda. Deitou na cama, virou de lado, ligou o ventilador, fechou a janela, deitou no sofá, fitou o teto. Não sabia o porquê de não estar conseguindo dormir. De repente se deu conta que havia tirado o anel, e surpreendentemente, não estava sentindo a falta dele em sua mão, era como se algo estivesse atraindo toda a sua atenção de forma que nem algo tão incomodo (acredite, a sensação do anel preso no dedo levava dias para passar) conseguia lhe chamar a atenção. O que será que será?

Abriu uma página na internet e ouviu um rock melódico enquanto pensava na vida. Desistira de dormir, aquela noite seria dedicada a sentir seus medos, ansiedade, prazeres.


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De uma forma ainda pouco compreendida conseguia passar um ar de confiança que parecia sempre invadir quem se aproximava. Poderia ser um desconhecido na fila do mercado, a prima de um amigo, o vizinho, qualquer um parecia se servir das ondas que supostamente a criatura deveria emanar e passavam a lhe contar em poucos minutos de conversa histórias da vida, temores, sentimentos e, frequentemente, alguma história trágica amorosa. Mesmo depois do fato se repetir inúmeras vezes ainda sentia o mesmo frio percorrer do coração ao estômago e vice versa enquanto ouvia pacientemente uma declaração não dita, um arrependimento amargo ou os sentimentos a muito esquecidos e que não se sabe como ressurgiram à mente.

Às vezes se olhava no espelho, fitava seu perfil e refletia (em todos os sentidos) o que havia de diferente que parecia despertar essa vontade de “confessar” nas pessoas. O espelho não lhe disse nada, ela também não imaginou algo plausível que respondesse a questão.

Concluía sempre, entretanto, que todos temos muito em comum, mais do que imaginamos, mais do que aquilo que podemos imaginar.

Não há nada de novo nisso, mas cada vez que ouvia as palavras vindas de diferentes pessoas sentia o formigamento subir e descer dentro de si, sempre como se descobrisse pela primeira vez.




sexta-feira, 3 de junho de 2011

Canto de despedida

Hoje me sinto um sopro, uma dor fina, um dia nublado, um pedaço de papel riscado...
Um grão de areia sem mar.



Mais uma vez

Exausta do dia de trabalho chegou em casa e ligou o computador. Não havia tirado a roupa, bebido água, nem mesmo a bolsa havia saído do ombro.

Sentou, olhou dois jornais locais e um internacional, seu twitter, facebook, Hotmail, Yahoo, flickr, gmail, updates no youtube, mas nada de diferente. Algumas pessoas morreram, alguns políticos fizeram declarações, a greve não acaba, a inflação aumenta, um enxame de doenças, alguém mandou um recado, e a vida continua. É isso aí.