III
Uma das crianças, um garoto, começou a andar e terminou de atravessar o rio. As outras ficaram desamparadas, talvez, sem saber o que fazer. Ela se abaixou e colocou as mãos na margem, aos poucos a água estremeceu como um copo d’água quando colocado abruptamente na mesa, duas meninas e um menino correram em nossa direção.
Do outro lado não havia mais ninguém.
Ficamos sentados encostados em uma árvore, ninguém falava nada, o único ruído era o de uma das meninas que vez ou outra soluçava abraçada aos joelhos.
Somente quando começou a amanhecer voltamos para o barracão. Exausta sentei em um dos cantos e apaguei, só voltei a acordar na manhã seguinte.
A quantidade de pessoas que viviam ali se resumia a cerca de quarenta mulheres, quinze a vinte crianças e contados quatorze homens.
As mulheres e crianças tinham idades variadas, mas os homens pareciam irmãos e nascidos na mesma época. Uma mulher aparentando seus sessenta anos devia ser a mais velha.
A casa quando estava com as janelas abertas produzia um sonzinho que lembrava sinos, havia ervas e pedras que lembravam as do rio em torno da construção, do teto pendiam alguns cordões que se entrelaçavam nos quatro cantos.
Entre o que agora chamarei de casa e o matagal havia um espaço considerável com algumas plantações.
Quando acordei as três crianças que retornaram comigo do rio e a mulher haviam desaparecido.
Seguiram-se vários dias sem que eu tomasse conhecimento do que havia acontecido a elas e a mim. Não ouvi os sussurros durante esses dias, tampouco houve grandes movimentações.
Numa manhã tentei fazer o mesmo percurso para chegar ao rio, quando consegui encontrar o sol já estava alto, sentei próximo à árvore e apoiei a cabeça em seu tronco, adormeci.
Quando abri os olhos estava numa sala com o diretor geral recolhendo as avaliações, a minha estava em branco.
Encostada a porta de metal vi um vulto. Ela.