segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Um ano de imensidão... imensidão do mar.

Helena Matos devorando a vida.

Como sempre eu chego um pouco atrasada para contar as novidades e dessa vez não vai ser diferente.


Dia 4 de setembro completei um ano no Canadá. Um ano fora de casa sem acarajé com vatapá e aquela saladinha de tomate mal lavado vinagrete que só a baiana sabe fazer. Um ano passa tão rápido que às vezes quando ando na rua ainda me surpreendo com o fato do ônibus não levar ao meu antigo endereço. Um ano de novas e velhas experiências nas quais mesmo sem saber em que diabos eu estava me metendo posso garantir que cada segundo têm valido a pena.

Um ano em que tive oportunidade de jogar basquete (coisa que nunca imaginei já que sempre ficava no canto jogando a bola pra cima pela minha falta de destreza), posar de modelo para um concurso (pense mãe!! Tá achando que tá fraco é?! Haha), completar mais de 100 horas de trabalho voluntário, descobrir que não é que eu tenho aptidão pra dança mesmo?! Saí com meu forrozin e descobri o tango, a salsa, a dança de salão. Um ano em que sem carro, sem celular, sem tv, sem shopping de dois mil metros e sem mega eventos eu pude aproveitar as melhores trilhas, a vista mais bonita entre montanhas e oceano e as pessoas maravilhosas que cruzaram o meu caminho.

Um ano de extra esforço vez ou outra para dar conta de tudo e mais um pouco.  

Um ano de muito GPS, encontros e partidas. Porque nada é permanente, tudo é passageiro menos o motorista e o cobrador. Tudo passa. Todos passarinho. Tanta gente já falou isso... e eu aqui só repetindo.

De qualquer maneira caros amigos de longe e de perto, na esquina de casa ou do outro lado do planeta, amo vocês, se cuidem e aproveitem enquanto a música não para.



Todo viajante pede a Deus que a saudade seja doce e branda.













segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sobre as grandes pequenas coisas

Quando converso sobre problemas sociais, má distribuição de dignidade (o que inclui renda, moradia, saúde, educação, alimentação, entre outras necessidades básicas)  ou mesmo quando escuto alguém falando sobre isso sempre me deparo com o pensamento negativo, a impotência diante dos fatos.
Mas engraçado é que hoje eu estava pensando comigo mesma, como que eu posso ser tão louca para apesar de todos os argumentos não acreditar que somos impotentes?

Quem me conhece sabe que a minha mente trabalha diferente... e meu primeiro pensamento foi "eu vivo em extremos".

Quando olhamos uma foto do universo, daquelas que a NASA publica de vez em quando, temos a sensação de que tudo é apenas um monte de pontinhos e grandes nuvens coloridas. Porém, quando ampliamos, cada pequeno ponto se transforma em uma galáxia ou no mínimo em uma complexa formação estelar.

O que eu quero dizer é que tudo depende do ponto de vista.

De um pequeno ponto na foto à uma galáxia, de uma galáxia à um conjunto de matérias, cada matéria composta de pequenos pontos.


...Cada ponto compõe seu próprio universo. 

Da mesma forma quando vejo a minha foto, daquelas que publicamos no Facebook de vez em quando, tenho a sensação de que sou diferente dos outros, mais especial, ou mesmo quem sabe, que o meu sorriso é o mais importante. Quando vejo a foto por algum motivo eu me destaco aos meus próprios olhos.
Mas será que isso pode ser verdade se quando tenho fome eu me sinto mal como qualquer outro, se quando estou doente fico vulnerável e não tenho forças, se quando sinto tristeza as lágrimas caem salgadas e fazem o mesmo caminho para todos.

O desejo de ser especial e melhor é o que nos limita quando pensamos em distribuição de dignidade.

A impotência que sentimos ao falar das "questões sociais" ao meu ponto de vista vai muito mais além do fato de que sempre esperamos a GRANDE mudança, a MAJESTOSA transformação que alguém em algum lugar desconhecido com um grupo de pessoas que ninguém também conhece irá fazer.
A impotência vem do fato de que nós não queremos ser vistos como iguais.

Eu sou igual ao doente no corredor do hospital.
Eu sou igual ao pedinte nas ruas.
Eu sou igual a prostituta.
Eu sou igual ao ladrão.
Eu sou igual a criança que dorme ao relento.
Eu sou igual àquele que busca comida no lixo.
A minha fome é igual, a minha carência é igual, a doença é igual, o meu desejo de ser especial é igual.

A impotência vêm do sentimento de que nós não queremos mudar. Nós pensamos que pode ser legar a distribuição de dignidade, mas nada mais.

A sociedade é o pequeno ponto do universo na foto, quando ampliada vemos os vários pequenos pontos compostos por mim e por você.

Cada vez que penso sobre isso chego a conclusão que a solução vai além das questões políticas e dessa propaganda toda que vemos na TV. É tudo muito mais relacionado ao nosso pensamento egoísta de querer mostrar-se melhor que os outros.
Se toda vez que EU me deparar com o meu igual eu tiver uma atitude de respeito à sua dignidade a vida vai se tornar melhor ainda que em um pequenino círculo de pessoas.
Das minhas frases prediletas para terminar o texto "melhor pouco do que nada, e antes tarde que mais tarde.".








sábado, 9 de maio de 2015

De onde foi que eu vim?

De onde eu vim?
Por que eu não me enquadro no padrão normal das pessoas?
Por que eu tenho que ser assim tão...tão... louca?

Me pergunto sempre essas questões.

Por que eu tenho que amar demais?

Estava lendo um artigo sobre uma sequência de genes presentes em pessoas que relatam sentimentos exacerbados. Eu aposto que tenho isso. Mas não é exatamente sobre mim que quero falar hoje, quero falar da minha percepção das pessoas.

Tenho amado alguém que em um mísero fim de semana me deixou por outra pessoa. Alguém que é doente, Alguém que muda de humor como as nuvens mudam de posição. Alguém que sabe como pirraçar. Alguém que esconde de mim o seu destino. Que me faz ficar preocupada e com raiva de mim mesma. Alguém que é um dos meus melhores amigos. Alguém que é doce e amargo com fel.
Alguém que eu amo com todas as forças e odeio de vez em quando. Alguém que me decepciona.
Tanta gente no mundo e aonde é que eu fui parar?!
Aonde é que eu sempre vou parar...

Insisto em dizer que o problema deve ser comigo, não devo entender a realidade dos fatos ou simplesmente escolho a pessoa "errada".

De onde eu vim por alguma razão existiam as palavras confiança, afeto, compromisso, sinceridade.

Lembro de uma vez que eu estava trabalhando numa lojinha e eles tinham imãs de geladeira com algumas dessas palavras. Um dia uma garota entrou, pegou um dos imãs e perguntou pra mim Mas o que é afeto? O que é compaixão? Naquela hora eu sabia que havia algo de errado, tentei explicar com pouco sucesso. No fim só posso dizer que muita gente cresce sem saber o significado dessas palavras e sai errante tentando viver o que chamamos de vida.

Por que eu não deixei a minha pessoa amada para trás? Por que eu simplesmente não esqueço e corto contato?
Sinceramente, minha resposta é porque eu sou maluca mesmo, mas eu lá tenho minhas razões pra isso.
Mantenho uma relação de amizade que nutre o afeto e que cuida mutuamente para que ambas as partes fiquem bem. Vai que essa pessoa também não conhece o significado de tudo isso. Na pior das razões mora o fato de que eu aprendo muito sobre o ser humano lidando com essas espécimes raras.







quarta-feira, 1 de abril de 2015

Não há dinheiro que pague o valor das experiências que tenho...

Desde de que cheguei ao Canadá tenho vivido uma vida frenética com o objetivo de viver a maior possibilidade de experiências possíveis, me envolver com a vida na Universidade, criar laços de amizades, e observar quase que como em um laboratório os efeitos disso tudo em mim. Tenho aprendido muito e espero conseguir expressar um pouco nesse texto.

Take your time.
Uma das primeiras coisas que aprendi aqui foi a ter mais paciência comigo mesma. Não é todo dia que o inglês é perfeito e eu entendo/falo/escrevo sem dificuldades, que eu sei fazer o que me é requisitado, ou mesmo como lidar com minhas expectativas em mim mesma. Para ter mais paciência comigo mesma comecei a respirar mais, sentar no banquinho do balanço no caminho de casa (tem um parquinho aqui entre onde moro e a universidade) e refletir sobre o que está ocorrendo. O que me deixa aflita? Como isso começou? Quais as possíveis soluções? Como eu posso melhorar a situação em que estou? Como eu posso me ajudar? Para quem eu posso pedir auxílio?
Essa e muitas outras perguntas me servem de guia para que ao meu tempo eu tenha uma maior compreensão sobre o que está acontecendo.

Diversity
Outro dia durante uma palestra ouvi que na Universidade que estou existem pessoas de mais de cem países diferentes. Apesar de toda a diversidade cultural aqui é um dos lugares mais harmônicos que já vi, e não é por coincidência que isso acontece. Eles trabalham muito para quebrar as barreiras, para que encontremos nossas similaridades e possamos aceitar (não necessariamente concordar) as diferenças. Inúmeras são as situações em que trabalhamos isso, por exemplo, grupos de discussão, palestras e eventos aqui visam mostrar a sua cultura, falar sobre as tradições que começam no simples cumprimento até os conflitos sociais. Não sei se me atrevo a dizer que o meu olhar naturalmente é minimalista para as diferenças, mesmo antes de vir para cá eu já sabia disso. Isso significa que eu maximizo as similaridades e minimizo as diferenças. Atualmente tenho trabalhado para ver as similaridades e apreciar as diferenças, até porque são elas o tempero da vida.

If you don't like the weather now wait five minutes and everything will change.
Newfoundland and Labrador, especificamente St. John's tem uma variedade climática absurda. No mesmo dia pode fazer um lindo céu ensolarado, chuva, neve, granizo e um lindo céu novamente.
Aprendi a realmente apreciar o dia de sol e a noite estrelada, a me preparar para qualquer situação, sair de manhã cedo e independente das condições climáticas chegar no horário e aproveitar o dia. Você descobre que clima não é desculpa para atraso.  
No fim das contas eu até gosto (haha) e vou andando para qualquer lugar, a qualquer hora e com qualquer clima.

Go out of your box
Sair da sua zona de conforto vai além de acordar cedo e dormir tarde, levar a comida na mochila para um dia inteiro ou carregar um par extra de sapato. Significa sair da zona conhecida, ir além do que você aprendeu no estudos, iniciar uma conversa e estar aberto para os diversos pontos de vista que surgirão. É ser criativo e entender que linhas vindas de diferentes direções podem conectar os mesmos pontos.

Yeah by
Nem tudo faz sentido. Nem tudo para ser entendido precisa fazer sentido.
Mas se você buscar no fundo do tacho e traçar a história das pessoas/lugares/etc você pode achar alguma conexão no final.

Practice
Depois de um tempo comecei a perceber que a minha melhora no inglês estagnou ou começou a ser mais lenta por mais que eu me esforçasse praticando e conversando. Apesar do português ser a minha primeira língua parei um pouco para pensar como eu me tornei "proficiente em português" e como foi que me tornei apta para entender e falar com um vocabulário razoavelmente extenso. Lembrei da minha infância e percebi que por vários anos eu fui uma leitora ávida de gibis e paradidáticos à romances mais refinados. Ler mais foi a resposta que encontrei e aparentemente tem funcionado.

Training
Se você estiver aberto a aprender saiba que eles estão abertos a ensinar. Para tudo (ou praticamente tudo) eu consigo achar uma palestra ou workshop de graça aqui. De um simples gesto de gentileza ao manter a porta aberta para o próximo a como se comportar em um jantar formal, como procurar emprego, o que fazer em uma entrevista ou como escrever um currículo, como lidar com estresse, como lidar com diferenças culturais, como fazer amigos, e a lista só cresce!
Acho que é isso uma das coisas que falta na minha cidade. Mais instrução, mais treinamento, mais conhecimento partilhado. A cada lacuna percebida eles oferecem uma oportunidade de aprendizado.

Carpe diem
Aprendendo a dar valor a cada dia e a cada amizade construída mesmo com a certeza de que tudo é passageiro. Reconhecer a momentaneidade da vida e apreciar o hoje.

Independence 
Um simples exemplo de como isso funciona. Em um restaurante uma criança com dificuldades de amarrar o cadarço esperneia para a mãe ajudar. A família sentada na mesa simplesmente olha e explica que ela pode fazer por ela mesma. A criança amarra o cadarço sem ajuda e recebe um parabéns com aplausos pelo bom trabalho.






sexta-feira, 6 de março de 2015

Esperar... Esperança.


Lá vai ela de novo…
Qual será o seu problema dessa vez?
Qual a nova desculpa?
Qual o seu real medo?

Ela vai andando, mexendo com seus botões em meio a delírios de uma noite qualquer. Alimentando sonhos que não aconteceram, lamentando amores de cristal e saudosas amizades esquecidas.
Lá vai ela andando no presente com a cabeça no passado ou quem sabe no futuro.
Agenda o novo dia sem mesmo saber que dia é hoje. Longa escala de atividades que direcionam ao esquecimento de si mesma.
Lá vai ela de novo… mexendo seus quadris, roubando corações.
O medo do compromisso a faz arredia a todo sorriso demorado, a cada beijo, a cada passo.
Espera a escolha do coração atrás do passo de desconfiança.
Lá vai ela achando que ficara só o resto da vida para percorrer o mundo.
E ela vai cheia de sonhos, fazendo do medo a coragem.

Presa em si mesma não sabe diferenciar os rostos na rua do seu reflexo no espelho.

De quem serão aquelas doces palavras que lhe farão ficar?
Quem descobrirá que entre ela e o coração existe uma pista de obstáculos e que entre dois corpos e o prazer há uma lacuna dificilmente preenchida?

Lá vai ela de novo esperar alguém que aceite só um sorvete pra brincar de flerte e de criar raízes.





sábado, 31 de janeiro de 2015

Reset

Então quer dizer que aquilo tudo foi medo...

Medo de sofrer
Medo de amar


... Medo de confiar de novo.

Quer dizer que você reseta suas emoções.

Tudo por causa do medo.


Confia, minha filha. Confia e segue em frente.

A warm heart can make a sunshine even at Canada.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Une fleur unique au monde...


Two specials things for today: First post of 2015 and I am writing in English in my blog for the first time hahaha.

There are some few things that I want to write but I am not sure if they will be clearly understood.

First, the time is in a rush this year.
I just blinked my eyes for few seconds and January is done. I couldn’t breathe or even sleep but this month was a source of situations that provided to me different emotions, understandings/misunderstandings, and expansion of consciousness with/out meditation.  

Second, I am an expert now to see patterns everywhere, everyone.
My memory started to analyze it all time, such as my thoughts, the way that I treat people and they treated me, my actions, how my body reacts in some situations, and my non actions. The interesting fact is: I am getting used to do it.
I cannot know if the patterns happen because I’m not changing or people who I am related have a very similar behavior or life is just it and the problem is with me not with them.
Can I say that I am too serious? Yes… I have been seen this behavior in myself. Too serious to understand that sometimes the best thing to do is do not give so much attention for jokes that can hurt me. Too serious for just let it go.

Third, I am writing in my thoughts since last year.
… I made a list with all important notes in my mind about you; all of them are just my perceptions, but sometimes the correlation with the reality is so high that scared me.  

Maybe I am a non common human being, too crazy to be like this. For example, I am practicing since I was a child how to avoid prejudice and how to manage my thoughts in a way to direct my view to the most embracing and flexible possible point.
Now I am learning how to do it with integrity; linking my believed thoughts and the freedom to accept others points of view.




I am learning every single day how to be better than yesterday.