segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lembrete do que já passou


“Tudo que possas ou sonhas fazer, comece. A audácia contém gênio, poder e magia” (Goethe)



Os dias passaram e eu esqueci de comentar o meu aniversário! Rará!
Já passou e agora eu tenho mais uma rosa na minha primavera.



Recitando Vinicius de Moraes

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo...

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.


(Soneto do Amigo e Soneto do amor como um rio, Vinicius de Moraes)




Não há nada que uma noite bem dormida, um pão quentinho com manteiga e um amigo pra bater um papo não resolvam.




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eu não vou aguentar...

Tão certo quanto o amanhecer, quanto o vento do outono ou o calor do verão.

As idéias enquanto se mantém na utopia são tão simples, tão fáceis de conviver. Mas de repente elas criam dentes afiados e rasgam com força a película que separa o ideal da realidade, que sangra e sofre pela ruptura, como se arrancassem de seus sonhos a possibilidade de ser utópica.

Mas como pode a realidade ser como utopia? Como pode ela querer ser utopia?

De tão antagonista a minha cabeça gira procurando entender.

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Às vezes acho que me esforço tanto para ser como sempre desejei que esqueço a dor, a tristeza e o vazio só para seguir em frente e ver no que dará. Se dará odara, odara.

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E pela estrada iluminada apenas pelos faróis do carro velho que passa pelas curvas a mais de oitenta por hora, balançando e batendo nas pedras do caminho, comendo poeira, largando poeira, me agarro ao banco esperando passar pelo portal mais próximo para o universo paralelo. Olho pela janela sem vidro e vejo as estrelas sambando no céu e rindo da minha cara de medo e surpresa por escutá-las sussurrando “lá vai ela... louca por tanto sonhar.”


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Eu não quero aguentar.


Do fundo do meu coração (link)




sábado, 11 de fevereiro de 2012

O amanhecer das ideias




“A loucura torna-se uma forma relativa à razão ou, melhor,

loucura e razão entram numa relação eternamente reversível
que faz com que toda loucura tenha sua razão que a julga e
controla, e toda razão sua loucura na qual ela encontra sua
verdade irrisória. Cada uma é a medida da outra, e nesse
movimento de referência recíproca elas se recusam,
mas uma fundamenta a outra.”
(Foucault, 2000, p. 30)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Às vezes é assim...

Às vezes a gente passa dias maravilhosos, mas só consegue lembrar o que houve de ruim, do erro, da confusão, da vergonha. Se torna tão mais fácil criticar como se não houvesse mais nada além.
A melhor forma de passar por isso não é esquecendo, colocando algo no lugar para ocupar aquele espaço, não adianta fazer isso. É preciso perdoar mesmo quando parece não haver nada para ser perdoado. É preciso perdoar a si mesmo, perdoar pelo abraço não dado, pelo cumprimento não respondido, pela falha, pelo orgulho...
É preciso perdoar a si e aos outros, mas não como alternativa de superar os fatos sem preocupação ou dor. Perdoar alivia a angustia, mas traz a responsabilidade de conhecer e reconhecer seus erros... Envolve aprendermos com eles.



Lembro da carroceria aberta de um carro. Sentada com outras pessoas explicava sobre constelações e curiosidades do universo, engraçado que para mim qualquer pessoa sabia aquelas coisas loucas que excitavam nossa imaginação à medida que o carro corria pela estrada noite a dentro.




E ninguém nunca soube que meu jeito perfeccionista sempre foi meio desleixado.




Cansei

Cansei. Não aguento mais a vida medíocre cheia de frustrações.
Não estou cansada de tentar, estou cansada de não poder tentar, de ter amarras em torno que não me deixam caminhar ou pelo menos tentar descobrir o caminho.
Vivo o vazio da sociedade, a sensação do vento frio da noite, a tontura da fome, o desespero dos jovens, e a espera que acomete a todos.
Vivo a dualidade de ser e estar.
Mesmo quando olho para trás, na história, vejo o quão árduo é ser... Estar presente e colocar o seu coração naquilo que faz.
Não sei o que é mais louco na vida, viver ou ter consciência de estar viva.
Estou cansada... Quero entrar, tomar um banho, deitar no chão duro e frio, depois dormir, e acordar sabendo que nada é em vão, que até mesmo a mais tola tentativa vale a pena só pelo fato de significar que ainda não desisti.
O desejo latente ainda arde no desespero e na espera do ser e estar jovem.



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Enquanto isso...


Uma população vive em cárcere privado.

Oxalá, meu pai!