segunda-feira, 27 de julho de 2009

Foram Anos Incríveis...

Céus, raios e trovões!Mas como eu gosto de Anos Incríveis! Aquilo me embebeda de nostalgia, poesia e encontros. Encontros de vidas que nunca se entrelaçarão, mas que tem tanto em comum, tanto, tanto! Aquela música que eu escutava sentada no chão gelado com as costas apoiada no sofá, abertura cantada por uma voz rouca ao som de um violão, hoje me provoca um acelerar no coração. O episódio não é lá um mero episódio, é um marco, uma poesia, história, sentimento, canção.

Coisas que eu nunca vivi e estão dentro de mim...
Foi Pa pum!

Eu só posso dizer que não gosto dos Beatles à toa... Ah! Mas não é a toa mesmo!


O que falta pras crianças de hoje em dia não é carinho, dinheiro, brinquedo, papai nem mamãe presente o dia inteiro pra controlar os passos, acho até que é isso que vem estragando. O que falta é algo integro, bom e que passe a liberdade de espírito que só uma mente aberta pode ter, falta apresentar a elas um mundo maduro, mas gostoso, acho que é essa a palavra, gostoso! Porque é essa a sensação que a gente tem quando olha pra tudo que já aconteceu, problemas, doença, dificuldades, crises, apertos, tempo de fudido mesmo! Mas sabe que não teria aprendido nem metade se não fosse assim e sobe uma tranqüilidade gostosa... Porque a gente gosta é da dificuldade, não adianta negar, eu sei e você também sabe.



Anos Incríveis foi um marco, assim como tantas outras coisas na minha vida, e eu sei que do meu jeito, da minha mente e do espírito que eu uso pra ver as coisas do mundo há muita coisa daqueles anos... anos incríveis.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Esse foi um dos sonhos mais alucinógenos que já tive.

O céu passava por uma revolução de cores naquele entardecer, a areia limpa e o mar tranqüilo resplandeciam a calma daquele lugar. Vai e vem, vem e vai das ondas.

Dali a uns cinqüenta metros, dentro d’água, uma mulher sente o desespero em seus braços.

Há um senhor sentado no pequeno barco, tão calmo quanto o mar.

Ela, em pé, anda por uma benguela com um cordão amarrado aos pés.

O por do sol já para acabar e o senhor joga a pedrinha que está amarrada ao cordão na água.

A mulher entre lágrimas vai perdendo o equilíbrio em cima da tábua.

Apenas a moral irá dizer se ela cairá; O peso não está na pedra e sim aqui *aponta pra cabeça*.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dr. Paxeco foi almoçar. (8)

Eita diaxo!
Eu me entretenho com as babaquices alheias e esqueço dos livros que comprei com tanto gosto pra aumentar a liberdade dos meus pensamentos.
Quê?
Ok, nessa nem eu concordo, até porque quanto mais lemos mais presos ficamos ao pensamento de outrem.
A liberdade nisso aí?
Foi pras cucuias.

‘É tudo free! Nós não vamo’ pagar nada!’

Eu gosto de Raul Seixas, gosto mesmo! Têm certas bandas e cantores que me curam, outros me adoecem... Certos episódios e filmes também me deixam tão bem que eu até esqueço que me sentia mal ou que não sentia nada.


Legião Urbana
Raul Seixas
Trilha sonora de Juno
Le fabuleux destin de Amelie Poulain
Augusth Rush
Algumas músicas dos Beatles
Marisa Monte
Beirut
Editar vídeos
Fazer mousse
Vomitar letras pelos dedos
Assistir filmes de qualidade, com boa edição de imagens e trilha sonora escolhida a dedo
Alguns livros
Raras conversas



As outras coisas só me doem a cabeça…





Vou passando o tempo curtindo meu período TocaRaul!

Carregamos o peso das nossas escolhas nas costas. Para cada dia que vivemos mais pesado fica, mais difícil é. Só que o tempo passa e ficamos fortes por tanto carregar.
Nunca ficará mais leve! Tenha certeza disso, pois quando escolher não sentir o peso verá que fez a maior das escolhas.

Tudo é natural!
/Dessa vez me entenda do jeito que eu quero e não do jeito que você quer./
Tudo é natural. Do nascimento à morte. Todos os eventos na sua vida são tão naturais quanto uma fotossíntese.
/é tão complicado dizer isso que eu ando sentindo...essa naturalidade nas coisas que acontecem comigo, a função do que é imposto no mundo. Sinto que se eu morresse agora - Agora! - eu veria como uma folha verdinha caindo de um galho... se eu nasci pra entender alguma coisa acredito que vou chegar lá cedo ou tarde./
Tão natural que ninguém entende, nem acredita. A humanidade não sabe viver sem problemas.


*Ps.: meus textos andam tomando fermento o-o

domingo, 12 de julho de 2009

O despertar dos guardiões

Sinais


O universo observado entre as nuvens nunca me pareceu tão aterrorizante. Ver aqueles blocos enormes arremessados na terra e sentir o calor da lava que escorria pela ladeira só me fazia pensar que não teríamos mesmo para onde ir. Todos os prédios caiam aos pedaços e as pessoas despencando agora só eram mais uma parte do show.

Todo o planeta em estado de alerta. Um carro preto parou e a porta abriu na minha direção.



19 de março.

Primeiro dia em que os sinais extraterrestres foram detectados por civis, rebuliço, descrença. Mas luzes e flashes percorreram por todo céu durante dia e noite.


07 de abril.

Todos os canais de TV e rádio saíram do ar.


26 de abril.

Novamente os canais saíram do ar, agora com presença de chiados.


15 de maio.

Cheiro forte de enxofre e inicio dos abalos sísmicos, foi explicado pela mídia como revolta da natureza. Não explicaram a música quase alucinógena que se ouvia nos lugares silenciosos e de altitude elevada.


16 de maio.

Não dormi, também não sai de casa, comi um pão velho com suco de mamão e anotei os últimos eventos que vinham acontecendo na agenda eletrônica e num pedaço de papel. Nada garante que as coisas continuem do jeito que estão. Vou começar a armazenar comida, água, alguns remédios; Ando pensando em um lugar seguro. Não conheço nenhum.


23 de agosto.

Não estoquei porra nenhuma e as coisas já estão drásticas. No país tropical minha cidade já passa pelo terceiro dia de temperatura com tendência a zero.

Os sinais ainda acontecem, intercalados. O chiado ou como muitos chamam de música galáctica deixa a suspeita de ataque terrorista. Não acredito em terrorismo nessa proporção.



A porta ainda aberta. Olhei para dentro do carro, estava escuro, mas sabia que tinha alguém lá olhando pra mim. Um bloco em chamas passou perto e a lava já queimava mesmo a distancia.

Entrei no carro, agora seja lá o que Deus quiser!


Uns olhos esbranquiçados e o frio do ar condicionado ligado foram as primeiras coisas que notei. Um arrepio na espinha quando encostei no banco,na verdade o carro já estava a ponto de congelar por dentro, o desmaio veio rápido e certeiro.


Ao todo são oito guardiões, um portal principal e dois secundários, uma bomba de energia propulsora e um chiado, todos na dança do universo.


O que está para acontecer ninguém nunca viu e provavelmente não verá.


O Sol oscilava suas explosões mais absurdas, e naquelas noites turbulentas a luz era tamanha que o céu continuava com a claridade do crepúsculo durante a madrugada. As pessoas andavam nas ruas pulando carniça, cadáveres.

Ao todo foram quatro dias até não restar mais que algumas centenas de humanos entre alguns outros animais.

O Sol lembra um animal excitado aumentado e diminuindo drasticamente o seu tamanho no céu. Um zumbido absurdo me invade, nem mesmo sei onde estou, mas vejo o mundo cair lá fora pelos vidros escuros.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pois é.

A rua cheia de pés, mãos, braços, coxas, bundas, peitos, dedos, bocas, conhece o vazio de ter tanto e tão pouco. Vai passando tão rápido sob os pés que possui tudo, mas apenas por um instante e nada mais.

Foi em uma dessas ruas cheias de gente e camelôs que um livro se perdeu.
Um livro? Você vai pensar e fazer cara de paisagem, pois é, um livro.
Mas e daí? A sua cara de paisagem é uma coisa a se considerar.
Achei ele tão sozinho e carente no meio dos pés amontoados que resolvi olhar mais de perto. Tá rasgadinho na aba e amassado por dentro. Virei uma página com a sandália.
Roído por dentro... Papel novo, mas todo furado.
Me abaixei perto do poste e fingi catar alguma coisa enquanto pensava. Mas olha só! Deparei com o meu ridículo de justificar com pessoas que nem sequer estavam me vendo ali, a menos quando esbarravam. Sentei.
Sentei naquele chão sujo onde as baratas correm junto às ratazanas pela noite, chão cuspido, urinado, defecado por pássaro, gato, cachorro e gente, esfregado apenas com água da chuva e encerado por pneus.
Sentei.
Qual a diferença do ser humano pra uma baratinha?
Pensamentos?
Balela! Balela pura!
O ser humano é feito de desespero pela sobrevivência tal qual um inseto.
Onde o pensamento se encaixa?
Na agonia, na frenética agonia do ser ou não ser.
O desespero move um homem para o progresso ou para a morte, faz pensar, sentir, agir. Mesmo que seja pensar em nada, sentir o nada, agir? Desespero foi tamanho que ficou parado, mas é dele que surge o descobrimento da força e da fraqueza.
Sentei com o livro do meu lado, olhei tão de perto que não vi nada, estava quase inteiro, mas era qualquer língua que não a da minha boca.

Que a verdade seja dita.

Eu tenho medo da minha própria cabeça.

Venho há tempos alimentando um pensamento que não consigo deixar passar, meus textos não são meus.
Toda vez que acabo uma idéia e ponho no papel não reconheço mais, ela não é aquilo que era pra ser. Não é minha!
Eu leio de novo e descubro que aqueles traços sinuosos não são meus.
Eu leio de novo e aquela vírgula naquele lugar me deixa com a pulga quente na orelha.
Chega um ponto que eu não agüento mais ler, o sentimento se esvai e toda a emoção das palavras se desmancha num copo d’água. Só me resta agora olhar de longe àquelas letras soltas que nunca foram minhas e não passam de um álbum de fotografias que a minha mente coleta, coletou, coletará.
Já deixei dois grandes textos, minhas possíveis tentativas de livro, na mão por causa da distancia que há entre o meu eu e o eu que não me deixa separar o mundo de mim. Mundo que eu gravo como se fosse à letra de uma música.



São tantas palavras e tantos sentimentos que a gente se embola deita na cama, rola. Pensa igual, escreve igual.


*Pra os raros e que me honram por passar aqui recomendo que passem nos Loucos Amigos pra encontrar mais gente que rola pela cama e se embola.