quinta-feira, 29 de março de 2012

Se é pra falar de amor... olhos nos olhos.

Quando amamos voltamos a ter cinco anos de idade, e assim como nenhuma criança quer emprestar o brinquedo, dificilmente alguém se sente feliz assim que toma consciência de que somos livres, e que a pessoa amada também pode ir e vir.

Não sei por que, mas sinto que ainda irei pensar durante muito tempo sobre esse assunto...

E agora? O que fazer?

É tão sutil a linha que une as pessoas, talvez seja por isso que evitamos amar livremente... por medo de se machucar, por medo de que alguém leve o que, na verdade, nem mesmo é nosso, por que só é nosso o beijo que foi dado, o momento de carinho, as brigas, os risos e a admiração.

Eu temo e admiro como se fosse meu amor platônico a ideia de ser amada e amar livre de amarras, e continuar amada e continuar amando mesmo podendo ir e me perder pelo caminho.

E continuar amada e continuar amando...

Talvez a mulher tenha medo da outra mulher, tenha medo que essa seja o que ela não foi ou não conseguiu ser para ele, e dessa forma ela leve embora o seu brinquedo, deixando-a como uma criança desolada que não sabe pra onde ir. O desejo de posse surge do medo de perder.
Medo. Não vivemos sem ele, mas não podemos viver submissos. É necessário confiar e amar. Não cresce amor em um chão sem confiança, apenas obsessão, medo e tristezas.

“Eu ainda estou confuso, só que agora é diferente. Estou tão tranquilo e tão contente.”

Foi tão rápido, tão sincero, tão breve que me assustei. Como pôde? Quem é ela? Por que ela? Por que não sinto desejo por outras pessoas também? Eu não quero saber... Só lembro de ter meu sentimento de criança assustada e nada mais. Da raiva e nada mais. Das lágrimas e nada mais. Do desejo de querer ser diferente e nada mais. Do desejo de querer ir para o mais longe possível e nada mais. Do medo e nada mais.
Hoje quando penso lembro que o carinho não havia mudado por ter acontecido... e se não me contasse eu nem mesmo perceberia.

Vinicius de Moraes diz em uma de suas músicas que para viver um grande amor precisa-se de seriedade e que ser de muitas é para quem quer e não tem nenhum valor. A graça de tudo isso é que ele foi um homem de muitos amores, um homem e muitas mulheres.

"Ninguém vive mais que uma vez."

Um dia o amor será livre e eu não vou sentir como se estivessem arrancando minhas entranhas... como se um frio me invadisse, numa mistura de sentimentos.

Talvez, eu tenha que perder o medo da chuva.

“Hei de morrer de amar mais do que pude.”
Ah, Vinicius... tão exageradamente fiel aos extremos daqueles que amam, àqueles que mergulham na própria ilusão e que se deixam afundar nesse mar desconhecido.


E vamos vivendo enquanto a banda toca...
Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar .

Toca Raul!

Sinto como se pudesse passar a noite inteira escrevendo... mas nem bem comecei e meus olhos ardem pedindo arrego.

Um comentário sobre a vida, especificamente, sobre a minha vida.

Assisti ao documentário sobre Raul Seixas, e me ocorreu a mesma observação de quando soube as origens das músicas de Renato Russo, e que também me ocorreu quando, finalmente me dei conta do que era mesmo que se tratava o seriado Anos Incríveis, e sua maravilhosa trilha sonora. Falo da inspiração, daquilo que lhes dava o ardor de viver, daqueles que os admirados por mim admiravam.

E percebi, novamente, o óbvio.

Eu os admirava e quando conheci aquilo que eles admiravam na música internacional eu também admirei, ainda sem saber da ligação que havia entre mundos para mim tão distantes. Admirar... é engraçado admirar, principalmente quando admiramos pessoas e as tornamos ícones. Meus ícones já morreram e todos, feliz ou infelizmente, ainda não sei, morreram e viveram de forma parecida.

Eles foram covardes? Eu sou covarde? Covarde em temer viver, em não suportar a pressão social, na verdade vos digo, em não querer suportar o convívio com o ser irreal que todos disfarçam ser, e digo mais! TODOS.

O que eu sou hoje, aonde firmei meus pilares de como ver a sociedade, está extremamente ligado a esses malucos beleza que eu ouvi durante a infância e que continua ouvindo. A diferença do antes para o agora? O que mudou?

Nunca os vi como pessoas, somente como música. Nem mesmo imagem, somente voz.

Hoje em dia eu escuto por aí sobre eles, o que fizeram, o que representaram... muitas mentiras misturadas em verdades mal contadas... mas que por alguns instantes mudam a ideia que eu havia pensado anos atrás sobre o por que dele escrever aquela letra daquele jeito, para muitas coisas, principalmente quando ligadas a arte, eu prefiro não saber, prefiro ficar com minhas ideias e ser feliz com elas, às vezes o autor não queria dizer nada, apenas vomitou em um papel sentimentos atribulados de um ser que sofre e chora assim como eu.

Ter evitado saber sobre a vida daqueles que admiro ajudou ao fato de hoje, mesmo sabendo de coisas que eu não gostaria, continuar admirando.

Ps.: há um tempo estive pensando o motivo que me fez diminuir a escrita... Por que praticamente parei de escrever? Não sabia... penso que quando tenho problemas a inspiração vem, mas não foi o caso, estava sobrecarregada e louca, mas sem desejo pelas palavras, sem a ânsia que me impele quase como se estivesse próximo ao gozo. Eu estava frígida, pois apesar de tudo não havia nada no meu mundo problemático e banal que acendesse o meu desejo. Eu estava com medo? Não sei... acho que não. Talvez eu estivesse apenas precisando de algo que me fizesse ver como antes, filósofa de 8 anos, mas que tinha ideias melhores que as atuais.

Quando criança meus pensamentos me impeliam com mais força, como o balanço em que a gente senta e joga as pernas pra lá e pra cá até quase fazer um looping completo. Hoje resisto para continuar com meu ímpeto infantil. Vontade de ser uma eterna menina de oito ou dez anos? Não, definitivamente não. Minha vontade é de ter um eterno brilho nos olhos para as coisas simples da vida, e isso só o espírito de criança pode me dar.


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Se é pra falar de amor...

Não sei falar de amor.

Durante muito tempo Tree Hugger (música que fez parte da trilha sonora de Juno) era a sinopse do que era o amor. Sempre acho isso... a história entre o peixe que queria ser um cacto para ofertar uma flor ao deserto... não há quem me convença de que esta não é a historia mais pura e simples do amor e da compaixão, e de outras coisas mais que não vem ao caso.


Não sei falar de amor, talvez eu só saiba sentir e viver louca de amar.


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Eu vi que comi umas letras e coloquei outras onde não deveria, mas são horas de dormir e a revisão do texto vai ficar para depois.


terça-feira, 20 de março de 2012

A vida é uma fábula





"A sólida geometria do cristal, o amor opõe a fragilidade das afinidades eletivas entre entidades diferentes e complementares que se reconhecem enquanto tais - o amor que é animado por forças incertas, cuja violência leva tudo em sua passagem e que, no entanto, pode ser apagado com um sopro contrário, o amor que entrega a matéria ao demônio da diversidade e enlouquece a Terra."

Jean-Didier Vincent







sábado, 17 de março de 2012

Quase nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso

Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada
Zeca Baleiro



quinta-feira, 8 de março de 2012

Olé olé !

"Bonito, como Deus gosta!"





sábado, 3 de março de 2012