quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Temos nosso próprio tempo

Se comparar com os outros não leva a lugar algum. Abaixa nossa auto estima, cria uma sensação de que estamos fazendo algo errado ou perdendo tempo ao descansar em momentos de lazer. Nessas horas nunca lembramos como o outro pode estar por trás das máscaras, o quanto paga em moedas de tempo de vida e falta de energia no fim de tudo. 

Temos nosso próprio tempo e nem sempre respeitamos isso. Nem sempre as demandas e prazos respeitam isso.

Temos nosso próprio tempo. Entender isso e seguir em frente é sobre-viver.

Tragédia cômica

 Carta para o meu bem.

 

Saber agradecer é um aprendizado.

Saber responder as responsabilidades e não sobrecarregar o outro também.

Errar e não culpar ou descarregar nos outros, mesmo que por brincadeira, é um passo desafiador, mas essencial.

Viver sozinho é fácil. A solitude é confortável no fim das contas. Acordar na paz de estar só. 

Viver a dois não é assim. É um trabalho diário, físico, psicológico, emocional. Viver a dois é estar de acordo a viver no desconforto, e se esforçar para colocar em prática o agradecer e o agir com responsabilidade.   

Viver a dois é uma escolha difícil de ser mantida, porque ela envolve o incomodo, o barulho, e a ingratidão. É uma tragédia cômica que escolhemos. Algo como partilhar os únicos bens que temos de valor, o tempo e energia de vida. Além disso, de alguma forma esperar reconhecimento. Reconhecimento de quê? Por lavar os pratos, fazer a cama, limpar o chão? Quem reconhece o trabalho invisível? Ninguém. Quem quer fazer o trabalho invisível? Ninguém.

Agradecer é a base de tudo. Agradecer torna o incomodo suportável. Agradecer faz a responsabilidade menos pior. Agradecer faz o errar ser só mais um acontecimento do dia, e não a tragédia da vida. 

Agradecer mais para viver melhor.


Texto de 18/12/2021.