quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A olho nu

Longe... lá bem longe...


Cuidado! Todo rio corre pro mar.

Assim como a alegria corre pra felicidade a tristeza corre para o mar de lágrimas.

Lá onde a noite se esconde vive o peixe Zé Batolo, peixe grande, peixe bravo. Zé Batolo vive onde ninguém mais quer ir morar e come o que ninguém mais quer comer.
Vez ou outra o Zé Batolo sai da sua toca escura e vai nadar por outras bandas.
Certo dia, cansado de ficar deitado entre as pedras cheias de musgo foi nadando e se aproximando da superfície, quanto mais perto chegava da luz mais seus olhinhos tilintavam.
Chegara tão perto da praia que recebeu uma pedrada de uma criança que se divertia em ver o quão bobo era o peixe que nadava em circulos naquela maré, só que Zé Batolo era bravo e revidou, nadou na direção do menino e se inflou para mostrar o seu ataque. Vendo o peixe crescer e vindo na sua direção o garoto correu assustado e ficou do alto da pedra olhando.
Zé se sentiu poderoso e saltou várias vezes na água, cansado olhou para o alto e viu um outro mar azul cheio de peixões brancos que nadavam de lá para cá, olhou...olhou... E desejou ser tão bonito e reluzente quanto o peixe dourado que tilintava seus olhos.
Do alto da pedra o menino se esforçava pra voar entre o mar e o céu, porque cada um tem seus desejos, suas vontades, seus sonhos.

Mas cuidado, homem! Todo rio corre para o mar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

E ela gritaaaa !




Pois é!



Foto e modelo - Vanny Araújo

Talvez seja a minha imaginação que está ficando limitada ou o preço do pão que subiu ou o fato de que eu passo dias sem olhar alguém nos olhos ou porque essa música é dramática demais ou porque a carne que eu deixei queimar acabou a casa com a fumaça ou porque a única coisa que eu descubro em mim é que eu não sei nada. Nada.

All you need is Love !
É isso que eles dizem e repetem.
All you need is Love !
É nisso que eles me fazem acreditar.
All you need is Love !
Preciso me apaixonar novamente pelo rosto que vejo no espelho.
Love is all you need !
Eu vou dar um soco no John Lennon @_@.

Enquanto isso não acontece eu converso com as estrelas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O galpão

Acordei jogado em uma trouxa de roupas fedorentas. Tentei levantar, mas o corpo inteiro doía como se tivesse levado uma surra, tremia e suava.

Deitei novamente naquela trouxa e olhei ao redor. Existia uma escada e aparentemente eu estava embaixo dela, o chão esburacado exibia uma fissura enorme e que eu esperava não precisar pular tão cedo, no céu uma fumaça tirava a visão e escurecia o que parecia ser o dia.

Levantei devagar e descobri que no topo da escada tinha um portão semi-aberto, entrei e me deparei com um grupo de homens, mulheres e crianças acabadas de cansaço se esgueirando entre os cantos daquele galpão.

Tentei lembrar o que havia acontecido, mas minha cabeça doía tanto e a barriga mais ainda que preferi procurar o que comer e deixar isso pra depois.


Qualquer um em sã consciência só em olhar já poderia dizer que não havia uma migalha naquele lugar. Desci as escadas e me aproximei de uma criança deitada de bruços perto da quina do galpão, apertei seu braço e estava tão gelado quanto o chão, dei mais uma olhada e nenhum movimento dele. De costas, deitado com os braços esticados acima da cabeça e as pernas tão tortas em relação ao corpo, eu jurava que estava morto, mexi no seu casaco a procura de algo principalmente se fosse de comer, tentei vira-lo para frente, mas estava pesado ou quem sabe grudado no chão. Larguei a idéia de virar o corpo, até porque não fazia idéia de como estaria e se me faria vomitar aquilo que não tinha no meu estomago.

Passos curtos vinham por trás de mim. Um cachorro com um saco na boca passava agora do meu lado e eu com minhas miseras forças fui disputar aquela droga velha e podre com ele. Dois rosnados e eu já havia largado o saco, não me parecia um dia de sorte, mas digo com nenhum orgulho que consegui pegar um pouco daquela coisa mofada.


Depois do que talvez tenha sido uma ou duas horas - quem sabe toda à tarde já que a luz do céu parecia sempre a mesma com toda aquela fumaça – andei pela rua deserta e tirando os gemidos que vinham vez ou outra abafados de dentro do galpão só se escutava meus passos e o zumbido do vento.

Parecia que estava em algum tipo de roça já que mesmo me afastando bastante do galpão só havia me deparado com umas três casas que agora já estavam quase arruinadas, o restante era plantação e pasto.

Cansado, com fome e cheio de dores no corpo sentei e fiquei olhando aquele horizonte montanhoso que aos poucos ia se transformando.


Cai no sono e quando acordei vi uma criança com casaco cinza, grosso e de colarinho alto, com cabelos negros, curto e embolado perto dos meus pés. Não foi difícil reconhecer o menino que eu achei que estava morto há pouco.

Ele virou para mim aquele par de olhos grandes e claros, tão claros que iluminavam sua face magra.

Me correu um frio na espinha, mas era só uma criança e crianças não fazem mal, assim eu espero.

sábado, 8 de agosto de 2009

Quero ir pela primavera .

Sempre faça aquilo que você acha que deve ser feito no momento em que tiver a plena certeza de que chegou a hora. Não deixe a hora passar, não espere ela ir embora por tolice.

Vá!

Os momentos por mais parecidos nunca serão os mesmos.

O que virá depois é digno de pena para os deuses, Oh, reles mortais!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Parada para os comerciais












Para os que gostam de xadrez (e os que não gostam também) segue a dica:


Informação, dicas, táticas e muito bom gosto você encontra por lá.

Custa nada dar uma olhada ^^v !
/até porque pra você tá passando aqui no blog é sinônimo de que não tinha mais nada pra fazer na net xD/