domingo, 13 de julho de 2008



...pensamentos me perseguem e uivam nos meus ouvidos...




Era um campo de batalha.



Pessoas armadas das mais variadas formas e bichos se desfazendo e surgindo do nada apareciam em todo o local.



Fiquei apenas sentada olhando o andamento da situação.


Um uivo ou talvez um grunhido se fez presente, todos correram para suas posições. Fui em direção aonde havia um arco, ela estava ali. Me abaixei ao seu lado e apenas ouvia sua respiração, cada vez mais forte e seu suor frio escorrendo pela testa.
Outra vez o barulho. Agora todos se mantinham em posição de ataque, vários seres surgiram entre as pedras, levantei um pouco para ver o que viria e para minha não tão grande surpresa homens iguais ao que estavam no pomar apareciam por entre as nuvens, atrás deles outros voavam encima de alguns aviões que mais pareciam de papel, armaduras vermelhas vinham pela terra. Nunca havia visto algo como aquilo, talvez pudesse comparar com um mar, um mar vermelho talvez numa maré de março.



Levantaram as armas. Apontaram os rifles. Direcionaram os bichos voadores com suas caras aterrorizantes e suas caldas de pavão plenamente abertas formando um ângulo com o vento que fazia com que o vôo fosse mais suave e preciso.



Ela calibrou sua arma, mas qualquer um poderia ver que não teria nem mesmo comparação um rifle 028 e uma pistola D 686 que pelo visto era o mais comum no outro lado da batalha.
Ouvi o som de tremores, tremores do coração, e tiros foram disparados. Agora as pedras não ajudavam tanto assim na camuflagem, atrapalhavam o deslocamento dos animais. Tirou o arco e flecha junto com grande parte dos que estavam ali e como uma coreografia todos prepararam e dispararam ao mesmo tempo. Uma chuva de flechas percorria o céu, poucas acertaram os alvos, mas não era o suficiente. Eles estavam chegando perto, o massacre não iria demorar.



Pela terra a maré vermelha se dissolvia e tornava a se juntar a depender do movimento inimigo. Alguns espaços eram abertos algumas vezes entre as armaduras, mas logo fechavam como se fosse tragado por uma grande onda.



Penas voaram pelo céu, tantas que quando se aproximaram era complicado enxergar ao redor.



Ultrapassaram meu corpo sem me ferir, mas não ao dela.
Enquanto tentava atirar mais algumas flechas em defesa e se defender atrás da pedra, tive três visões.

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