
...eu não sabia o que fazer...a sombra na parede não parava de me observar, e sozinha parecia acompanhada...
Sai do meio do alambrado de xorifunculas e fiquei encostada em um canto. A menina vasculhava por entre os galhos que em alguns momentos me lembravam armários, colocou um arco e flecha nas costas, um rifle 028 na cintura, no bolso algo parecido com uma caixa de lenços, mas com algumas flechas especiais dentro, talvez feitas com as penas e unhas catadas anteriormente e uma faixa cinza na testa.
Andei por entre os vãos e peguei uma faquinha como segurança colocando-a no bolso, azar o meu quando a faca caiu transpassando o meu corpo, mas ela não ouviu o barulho.
Depois dessa virada de rumo com uma calça da cor do vestido e armada, pulou da árvore e do chão surgiu um animal que parecia feito de barro e lama com alguns galhos secos grudados com algo que preferi não identificar, até porque poderia ser como um ninho de passarinho e isso não seria tão bom assim.
O bicho por incrível que pareça corria rápido e me segurava firme naquilo que esperava ser não identificável. O vento passava ligeiro pelo meu rosto, uma sensação brusca, mas de paz e tranqüilidade se apagou da minha mente quando pulamos sobre um abismo e como conseqüência caímos nele.
Como numa montanha russa gritei, mas a voz não saia, a menina se segurava e apertava as armas contra o corpo com medo talvez de que alguma se soltasse do emaranhado. Continuamos caindo e entre as pedras via um grupo de pessoas com as mesmas roupas que a minha acompanhante (ou seria eu talvez a acompanhante?) não esperava por aquilo, mas quanto mais próximo do chão ficávamos mais suave a queda se tornava. E o bicho ia se desmanchando, quando chegamos entre as pedras não havia mais nada dele além de uma gosma entre tantas outras que se destacavam pelo chão como se vários já tivessem feito aquele percurso ou usado aqueles animais, se é que era um animal.
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