sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quando o inesperado te espera. (suposta Parte I)

I



Sexta-feira pela manhã, logo na chegada, os empregados foram reunidos no pavilhão principal para uma conversa e provavelmente seria aplicado um teste de auto-avaliação de desempenho na empresa.

Todos sentados preencheram uma parte do andar, que mais parecia um galpão, sendo que algumas pessoas ficaram em pé apoiadas na escada.

O responsável por iniciar a reunião começou falando sobre as diferenças do comportamento em casa e no trabalho entre frases de auto-ajuda e de personalidades.

Como estava perto da porta, uma porta alta e larga de metal e que no momento estava totalmente aberta, uma mulher morena levantou e caminhou para fora do pavilhão. Após andar alguns metros e se aproximar da beirada do prédio um vento forte sacudiu os seus cabelos. Estava no último andar de um prédio gigantesco em meio a vários outros tão imponentes quanto. Caminhou próximo a beirada e ao chegar ao extremo do prédio viu uma ligação entre esse e o vizinho feito por uma coluna horizontal de concreto. Se aproximou, apalpou e se agachou, pé ante pé foi andando pela coluna até que em algum momento quando já estava perto do outro prédio viu se desmanchar aos poucos a coluna e vindo em sua direção uma pessoa.

Sentada entre os funcionários que assistiam à reunião eu respirava fundo após ter essa primeira visão. Por instantes ouvi o diretor geral anunciando alguns avisos quando a vi sair novamente.

Fez o mesmo trajeto, e aparentou ter o mesmo vento sacudindo seus cabelos, agora eu via a pessoa caminhando no outro prédio enquanto ela passava próximo à beirada, não saberia dizer se era um homem ou uma mulher, mas vinha em direção à ligação entre os dois prédios, passos decididos, contidos, mas apressados. Ela já ia além pela coluna, no meio o caminho se despedaçou e ela sacudia os braços para o alto tentando se agarrar nos ferros da construção. Os passos vinham apressados em sua direção, se debruçaram na beirada e os braços...

Sentada entre os funcionários que assistiam à reunião eu respirava fundo tentando manter a calma, olhei para a porta, mas não havia ninguém lá.

Foi como um desmaio. Um suor frio correu pelo meu corpo, senti uma necessidade enorme de deitar e tirar as roupas que passaram a me sufocar e aos poucos eu já não estava mais ali, um acontecimento de segundos, mas quando recobrei os sentidos estava escuro e eu estava sentada em um local cheio de lama e mato, onde no meio havia um barracão cheio de pessoas que andavam de lá para cá.

Reconheci duas ou três colegas de trabalho, perguntei como havíamos parado ali e para elas foi como se nunca estivéssemos fora daquele lugar. Não sabia o que fazer, mas naquela semi-escuridão o medo reinava.

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