terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Don't let me down [2]

Sinal vermelho.



Tem vezes que a visão fica turva e o que era feio torna-se belo, a ignorância vira sabedoria e então o que menos se espera acontecerá.



Há coisas em nosso jeito de ser, de andar ou olhar que não mais notamos; hábitos que parecem defeitos para alguns, mas que na verdade são as bases da nossa melhor qualidade.

Você olha no espelho, arruma o cabelo e ajeita o amassado da roupa, há sempre algo errado na roupa, não adianta nem falar do cabelo. Até aqui ninguém nota o sorriso...

Mas quando você encontra alguém e sorri, dá um abraço quente e sorri o seu melhor sorriso (acredite, não é uma redundância) ninguém mais repara no supérfluo e aí se enxerga dos olhos de um pros olhos do outro.

Nos acomodamos a querer coisas que não tem importância.

Não, não é acostumamos não, é acomodamos mesmo.

Nos acomodamos...

O ser humano não precisa necessariamente de mil objetos sem utilidades, o ser humano na sua condição de mortal e consciente disto só precisa de outro ser humano que lhe dê o seu melhor sorriso.



Enquanto eu andar distraído nada acontecerá.



O pior problema a se enfrentar é esse medo que alimentamos entre nós mesmos, essa ânsia que nos impele a fechar os vidros quando paramos na sinaleira.

Dentro do carro não há moedas, há somente doces e um sorriso no volante.

A reação que você demonstra por um milésimo de segundos agrava o sentimento que povoa no coração das pessoas...

Da minha janela ele levou um sorriso, algumas palavras e um bombom. Em troca recebi o vidro limpo e uma benção de proteção.

Mas antes do sinal abrir vi pelo retrovisor que da outra janela fechada às pressas ele levou um relógio e um olhar de rancor.

Não o culpo... Às vezes eu também tenho raiva das pessoas que o ignoram e sinto vontade de quebrar todos aqueles dentes, porque sorrir é de graça e em alguns dias o que ele só precisa é de algumas palavras e atenção.

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