quinta-feira, 19 de março de 2009




Algumas coisas se tornam especiais com o passar do tempo. Outras, obsoletas.



O barulho do computador funcionando incomoda quando a noite vai longe e não há nada mais alto que ele.
Fecho os olhos e escuto o morcego que passa.
Quanto mais perto da janela do quarto com mais medo ele me deixa, só que não posso sair dali.
Fincada no beiral vejo o dia passar, tão lento, quente e angustiante. Cada raio de sol me aproxima mais da morte, mas quando ele vai embora meu perfume exala. Flores que murcham se alimentam do luar.

Sempre vejo a Lua atravessando o céu, talvez seja hora de dormir, mas não consigo enquanto ela brilha para mim – para mim? .
Ao relento lanço beijos no ar para que a alcancem, é verdade que eles se desfazem antes de chegar, mas quem sabe um dia, assim espero e acredito, algum deles toque levemente sua face de pedra.

Se apaixonar pela Lua... Não é tão difícil amar um bloco de pedra que paira no ar.


A gravidade é a única coisa que nos separa.


Um comentário:

Dona Boneca disse...

Se apaixonar pela Lua é o mínimo que pode fazer um coração apaixonado pulsando no escuro da noite, se desvencilhando das estrelas em busca de um amor sem fim embalado de quarto em quarto pra ver tornar-se cheia a mente de uma louca contagiada que sente o som da sua máquina macio...