Enquanto observava uma vela queimar pensei sobre algo que é tema freqüente de músicas, novelas, filmes, material para banca de revista, conversas, etc e tal. O amor.
Ah, o amor, doce amargo amor por qual tantos já morreram em overdose! Vejam lá Titanic, Romeu e Julieta ou a viúva negra que saiu nos jornais. O que pode fazer tão sutil e taciturno sentimento virar um monstro devastador?
A vela, assim como o sentimento, precisa de qualquer coisa quente e que atrite para acender. Chama miúda se forma no início, mas à medida que o tempo passa cresce e muda de acordo com o vento. A vela, quando todo cordão e sebo já foram queimados, dá seu último suspiro, chama forte e viva a se apagar.
O monstro devastador não vive no sentimento, ele faz parte de nós, escondido atrás das cortinas ou embaixo da cama, pisando sobre nossas cabeças e cuspindo no chão. Seu trabalho é simplesmente o de construir a nossa grande muralha enquanto dormimos. A mesma que quebramos todas as manhãs. A impressão que tenho é de ter aprisionado um imenso mar entre muros, a água força a saída, mas ele está sempre alí para reforçar a junção entre os blocos. Se alguém de fora se atreve a quebrar o sólido muro é certo dizer que a água irá extravasar e se libertará com toda força arrebentando dos olhos.
Viver é se encontrar e se perder.
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