segunda-feira, 13 de junho de 2011

Me abrace com seus olhos


Quando era criança pensava na vida como gente grande, discutia comigo mesma os problemas mundiais e as questões do meio ambiente, desigualdade social e capitalismo. Os anos foram passando e me enveredei sobre os astros, seus mistérios, a origem do universo e do mundo em que vivemos. Passei a usar menos tempo para os problemas do mundo. Um tempo se passou e eu me vi usando uma longa camisa azul, calça jeans, cabelos arrumados e bolsa. Não pensava mais nos astros, nem nos mistérios da vida, muito menos em seus dilemas que continuam sendo os mesmos.
De repente me senti uma grande estúpida e idiota, sentada no meu umbigo dentro de pensamentos sem fundamentos. De repente vi que a minha teoria de criança estava amplamente certa, depois de um período nos acostumamos com tudo, não importa se bom ou ruim, apenas nos conformamos, abanamos a cabeça e começamos a construir a grande muralha que nos separa do mundo. Ainda menina sabia que mais dia ou menos dia isso também me atingiria, a única forma que tive de promover minha libertação foi plantar dentro de mim a vontade de ser eu mesma, estando fora de cogitação ter medo daquilo que sempre fui, uma louca perdida num universo de idéias.

Quanto mais estúpida me sinto, mais perto da liberdade estou.

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