domingo, 12 de julho de 2009

O despertar dos guardiões

Sinais


O universo observado entre as nuvens nunca me pareceu tão aterrorizante. Ver aqueles blocos enormes arremessados na terra e sentir o calor da lava que escorria pela ladeira só me fazia pensar que não teríamos mesmo para onde ir. Todos os prédios caiam aos pedaços e as pessoas despencando agora só eram mais uma parte do show.

Todo o planeta em estado de alerta. Um carro preto parou e a porta abriu na minha direção.



19 de março.

Primeiro dia em que os sinais extraterrestres foram detectados por civis, rebuliço, descrença. Mas luzes e flashes percorreram por todo céu durante dia e noite.


07 de abril.

Todos os canais de TV e rádio saíram do ar.


26 de abril.

Novamente os canais saíram do ar, agora com presença de chiados.


15 de maio.

Cheiro forte de enxofre e inicio dos abalos sísmicos, foi explicado pela mídia como revolta da natureza. Não explicaram a música quase alucinógena que se ouvia nos lugares silenciosos e de altitude elevada.


16 de maio.

Não dormi, também não sai de casa, comi um pão velho com suco de mamão e anotei os últimos eventos que vinham acontecendo na agenda eletrônica e num pedaço de papel. Nada garante que as coisas continuem do jeito que estão. Vou começar a armazenar comida, água, alguns remédios; Ando pensando em um lugar seguro. Não conheço nenhum.


23 de agosto.

Não estoquei porra nenhuma e as coisas já estão drásticas. No país tropical minha cidade já passa pelo terceiro dia de temperatura com tendência a zero.

Os sinais ainda acontecem, intercalados. O chiado ou como muitos chamam de música galáctica deixa a suspeita de ataque terrorista. Não acredito em terrorismo nessa proporção.



A porta ainda aberta. Olhei para dentro do carro, estava escuro, mas sabia que tinha alguém lá olhando pra mim. Um bloco em chamas passou perto e a lava já queimava mesmo a distancia.

Entrei no carro, agora seja lá o que Deus quiser!


Uns olhos esbranquiçados e o frio do ar condicionado ligado foram as primeiras coisas que notei. Um arrepio na espinha quando encostei no banco,na verdade o carro já estava a ponto de congelar por dentro, o desmaio veio rápido e certeiro.


Ao todo são oito guardiões, um portal principal e dois secundários, uma bomba de energia propulsora e um chiado, todos na dança do universo.


O que está para acontecer ninguém nunca viu e provavelmente não verá.


O Sol oscilava suas explosões mais absurdas, e naquelas noites turbulentas a luz era tamanha que o céu continuava com a claridade do crepúsculo durante a madrugada. As pessoas andavam nas ruas pulando carniça, cadáveres.

Ao todo foram quatro dias até não restar mais que algumas centenas de humanos entre alguns outros animais.

O Sol lembra um animal excitado aumentado e diminuindo drasticamente o seu tamanho no céu. Um zumbido absurdo me invade, nem mesmo sei onde estou, mas vejo o mundo cair lá fora pelos vidros escuros.

3 comentários:

Anônimo disse...

Querida amiga avassaladora ...Helena.
Sabe que houve um tempo que eu olhava para o ceu e tinha quase certeza de conversar com discos voadores...Cheguei a fazer alguns pedidos secretos aos ET's. Por sorte ou azar, essa fase passou...

Ba Moretti disse...

Mas que maravilha de texto, além do mais, et's é um assunto que SEMPRE me interessou.

Anônimo disse...

*-*