Eu tenho medo da minha própria cabeça.
Venho há tempos alimentando um pensamento que não consigo deixar passar, meus textos não são meus.
Toda vez que acabo uma idéia e ponho no papel não reconheço mais, ela não é aquilo que era pra ser. Não é minha!
Eu leio de novo e descubro que aqueles traços sinuosos não são meus.
Eu leio de novo e aquela vírgula naquele lugar me deixa com a pulga quente na orelha.
Chega um ponto que eu não agüento mais ler, o sentimento se esvai e toda a emoção das palavras se desmancha num copo d’água. Só me resta agora olhar de longe àquelas letras soltas que nunca foram minhas e não passam de um álbum de fotografias que a minha mente coleta, coletou, coletará.
Já deixei dois grandes textos, minhas possíveis tentativas de livro, na mão por causa da distancia que há entre o meu eu e o eu que não me deixa separar o mundo de mim. Mundo que eu gravo como se fosse à letra de uma música.
São tantas palavras e tantos sentimentos que a gente se embola deita na cama, rola. Pensa igual, escreve igual.
*Pra os raros e que me honram por passar aqui recomendo que passem nos Loucos Amigos pra encontrar mais gente que rola pela cama e se embola.
Um comentário:
:]
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