terça-feira, 6 de maio de 2008

...Nem tudo se completa como imaginamos...



Um teto branco não importa de onde seja, contanto que eu possa olhá-lo fixamente, sempre me incita a pensar as coisas mais mirabolantes, sem pé e muito menos cabeça.

Foi em um dia que já estava próximo de seu fim em que esse pensamento surgiu na minha mente...



Uma criança sempre é o bem maior de uma família, mas para aquelas pessoas aquele ser era a existência e o motivo de suas vidas. Nasceu com uma doença incurável e a partir daquele dia seus pais viviam para financiar as pesquisas de um tratamento que ainda não seria efetivo. Com o decorrer dos anos a criança cresce, é óbvio, e o desenvolvimento de sua doença não regride, ao contrário, pois seu prazo de vida diminui mais rápido a cada dia que passa e talvez não suporte nem mais um ano.



No parque com os amigos ela corre ao encontro destes pra contar à novidade que enche seus olhos de lágrimas, viverá mais seis meses se continuar usando os remédios, aquilo ainda não havia sido revelado e na verdade nem seria dito já que ninguém tinha conhecimento da sua doença, apenas ela sabia que agora poderia viver um ano e seis meses.



Nunca brincar havia sido tão divertido e em um dos momentos em que se encontra a sós no balanço com seu amigo de anos, uma dor aguda em seu coração faz o corpo tremer e ela diz em um tom preocupado:

“ se algum dia eu estiver perto de morrer me conta a piada do porquinho?”


A outra criança escuta aquilo e ri zombeteiro daquele pedido tão imbecil e inesperado.


No fim da tarde quando já estavam prestes a retornar para casa as crianças avistam um menino de rua, magro e com olhos grandes e profundos, sentado perto de um caixote, vindo em sua direção um homem correndo a passos largos com uma arma na mão. Diante daquela situação todos que estavam pelo parque saem correndo, mas o menino de rua continua sentado, ele não tem forças pra levantar, quando o homem dispara seus tiros sobre ele a criança que possui a doença corre ao seu encontro e o envolve em seus curtos bracinhos de modo que somente ela é atiginda gravemente pelas balas.


O homem continua a correr alucinado.


A criança cai no chão coberta de sangue.


Não há mais ninguém que possa ajudar, pois todos correram ao som dos tiros.


Volta em pleno desespero o tal amigo de outrora e se prostra ao lado a chorar. Em seu amplo terror vê a outra criança agonizante com as dores e começa aos berros a falar algo que no inicio era apenas um emaranhado de palavras.


- o por... o porco...ele fugiu do circo e muito triste foi encontrado por uma mulher na rua


As palavras saiam sem direção nem sentido, mas ele sabia que deveria fazer aquilo,


- a mulher ...o Roberto Carlos... a toalha e o porquinho... o porquinho....


Nada mais fazia sentido, o menino salvo estava parado no mesmo lugar e posição, mas agora com a cabeça da criança em seu colo e também chorava, o amigo já não sabia mais como continuar a piada e muito menos tinha forças pra isso agora gritava para que ela não morresse, para que esperasse ele chamar alguém e em algum dia quando estivesse melhor ele contaria novamente para que ela risse como em todas as vezes que ele fazia aquilo.


O rosto da menina já estava pálido e sem vida, mas ali no meio de toda aquela confusão ela ouvia a velha piada e esboçava um sorriso tímido, como fazemos toda vez que alguém conta algo que já sabemos, mas que nunca nos cansamos de rir.


E no fim de sua vida ela diz pra criança que a tem no colo para que tome conta de sua família , assim no seu coração sabia que mesmo indo embora eles teriam outra filha, a outra criança pra quem ela deu a sua vida, os seus exatos 547 dias.

3 comentários:

Anônimo disse...

^-^>
esse tah grandinho por demais XD

dakê a pouco a Debby ler ;)

*indo assistir sessão da tarde XD

=**

L E O ºoO disse...

\o/ eu lii!! :D
agora, lendo, a história ficou mais entendível ;)

e o porquiinho... XDDDD

huaOSHAHSOUHAOUSH

;*

L E O ºoO disse...

*A hora desse negócio é errada! São 21 e 36
ah.. e o de lah de cima eh meu tbm ^-^

by Debby.