Eu
deveria estar estudando ou arrumando meus horários para ir ao oftalmologista ainda
essa semana, mas estava assistindo a “I am Sam” e refletindo sobre minha vida.
Até
onde podemos ir por amor?
Bem,
essa pergunta não vem ao caso, estava pensando no motivo de eu gostar tanto de
filmes com estilo drama. Às vezes acabo com o rosto inchado de tanto chorar ou pensativa
ao extremo... mas não deixo de gostar do estilo, muito pelo contrário.
Para
mim um bom drama precisa ir além dos outros estilos; fazer rir não é simples,
empolgar com uma louca corrida por um objetivo também não é, mas para mim fazer
lágrimas brotarem vai além. É necessário ter feito rir e empolgar mesmo com o
objetivo mais singelo, é preciso carisma e emoção medidos com precisão. Se faz
de grande ajuda uma boa trilha sonora e fotografia, daquelas que tocam sem nem mesmo
percebermos e que nos invadem sinuosamente, apenas nos damos conta, se é que
nos damos conta da presença quase invisível da música quando ela nos é de certa
forma conhecida, porque se não a música e a cena se entrelaçam e não mais se separam,
fazendo todo sentido estarem juntas.
Um
bom drama não precisa arrancar baldes de lágrimas, mas nos passa emoção como se
parte de nós houvesse partido junto com a história e compartilhasse uma
cumplicidade com os personagens.
Um
último comentário.
Me
vejo temerosa das coisas que desejo ou mesmo do que desejei quando criança. Temo
conhecer mais do futuro do que deveria, ou quem sabe, moldar o futuro exatamente
da forma como imaginei que seria.
“Deitada
na cama, aos seis ou sete anos, imaginei uma sala... a disposição das cadeiras
no ambiente, o quadro, tenho uma vaga lembrança do que acontecia na minha
imaginação. Aos vinte anos sinto ter vivido a cena. Quando era criança sentava
na escada durante a noite e imaginava falar outras línguas, conversava longas
horas no tal idioma que eu inventara. De certa forma fugi dessa ‘loucura’, mas
me encontrei novamente com ela de uma forma diferente, dando forma a loucura
vivida. Aos vinte e um sinto me tornar aquilo que imaginei. Mas agora me
pergunto, o que foi que imaginei mesmo?”
Tenho receio de seguir passos traçados inconscientemente
por mim.
Que Deus nos proteja!
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