Segundo, estou vendendo cortisol, produzido por mim e embalado em potes de vidro, caso alguém esteja interessado é só falar.
Terceiro, eu não sou nem metade dessa muralha de força e garra. Sou a angústia, o medo e a tristeza, disfarçada de coragem.
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Hoje eu queria falar sobre a vida que venho levando, o peso da responsabilidade que muitas vezes parece toneladas nas minhas costas, sobre as noites mal dormidas e a falta que me faz o sol se pondo, o mar de tardinha naquele balanço de ondas, o cinema no domingo e o teatro nos dias de orquestra. Queria falar de como é fácil me perder em pensamentos com a noite estrelada vibrando sobre mim.
Mas eu não vou falar nada.
O corpo reclama, os olhos já cansados insistem em lacrimejar numa mistura de sono e choro abafado. E eu me vejo sozinha, sentada no chão desejando que amanhã seja melhor, e nada mais.
"Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará,
sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos." (Salmo 126)
Um comentário:
Você não está sozinha.
Apesar de saber que "nenhum homem é uma ilha", se você o fosse, por ti tentaria ser cada gota d'água da terra: oceano para te abraçar a cada segundo, chuva para lavar todo seu tormento e rio para poder trazer mais e mais de você para dentro de mim.
Lembre disso.
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