quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dedos molhados


E esse frio que me dá vontade de chorar... choro regado a risos, frio no dia de calor.


Se eu olhar para trás não verei muita coisa, a memória é um redemoinho que espalha, mistura e aprisiona. Mas, se eu pudesse, relembraria cada dia vivido só pra ver tudo diferente, pensar os dias que se foram com o olhar de hoje. Dessa vez não esconderia embaixo da cama o que aparecesse (a tal eu que sempre aparece), também não me aceitaria por completo – sem necessidade de demagogia ao extremo.

Corro de mim mesma e me encontro antes de virar a esquina. Olho no espelho e converso com a moça do reflexo... me encontro nela, mesmo ela nem sabendo quem sou.


Os dedos molhados que encostaram no meu braço, por alguns instantes, atraem meus sentidos e me vejo saindo do mundo que habito [...] num simples encostar volto à realidade. Me irrita sentir a presença da mão que se foi depois de tantos segundos passados, quanto mais atenção dou mais me distancio do intangível, mundo que habito.