domingo, 6 de junho de 2010

Mais um

Sobre a loucura de ser humano.

Quando eu era menina e sentava nos degraus da escada, me debruçava nas grades que me separavam da rua. Passava horas naquela posição – isso quando não tinha ninguém pra brincar – e observava o movimento das pessoas.
Tinha um menino, mais velho que eu, meio cego, meio magrela, meio descalço. Lembro dele lá no portão ou passando pela ladeira.
Um dia ele veio subindo, meio sujo, meio cansado, meio sozinho. Pra mim ele parecia um menino bom.
Por onde teria andado? Por onde será que ele anda?

Várias vezes eu sentei naqueles degraus e pedi sabedoria... Hoje eu não sei mais dizer o que sabedoria significava para mim naquela época, mas, agora, sentada em outros degraus, eu continuo pedindo.
Se eu recebesse toda a sabedoria que peço em caixas, ao longo de tantos anos, já teria abarrotado os cômodos da casa e com sabedoria pediria um pouco de ignorância.
Só na escuridão se é capaz de ver a luz, isto é, em um dia claro de sol um poste aceso não muda nada, só notamos sua presença no breu da madrugada.




Obs.: O Loucura Contagiosa completou dois anos no mês passado. Não cheguei a comentar, até porque esqueci... Entretanto, marcianos mandaram uma mensagem subliminar.

Minha felicidade começa no sorriso e se estende nas palavras.



A todos que me aturam e gostam do loucura, obrigada!
B'jos e Q'jos ;)

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