Nó na garganta e no coração. Um nó que expande e sobe pela cabeça, desce pelo pescoço, paralisa braços e pernas. Silencia a voz. Esse é o nó dos últimos acontecimentos.
O grito silenciado da revolta fica travado e as lágrimas de decepção não descem mais. Eles conseguiram e agora sou um robô, um boneco de carne e sangue, uma máquina de comer, trabalhar e dormir, um animal irracional que opera máquinas. Criança domada em rédeas e gibão que deixou de ser gente e não se percebe mais como comunidade, natureza, ser. Vê as atrocidades e recolhe para si suas reflexões em um misto de inferno e realidade.
Acorda o seu eu verdadeiro. Acorda. Acorda. Tira as vendas que o mundo anda sofrido e não adianta fechar os olhos ou tampar os ouvidos, os gritos do inferno já vêm acompanhados de lucros.
Quantos sofrem sem saber a razão?
Quantos esquecem para quê vivem?
Quantos rejeitam sonhos e vendem seus dias para ganhar o pão?
Quantos se perdem em preces para aguentar os dias? Vivem em prisões sem saber. Morrem sem saber.
Quantos acham que educação e saúde são um mero favor?
Quantos se sujeitam ao mercado espiritual para alcançar um futuro melhor já que o hoje é de misérias?
E entre tantos, quantos deles sou eu e você?
No limiar da normalidade e loucura eu vivo, equilíbrio, caio. Que a loucura seja contagiosa e retire a senda que nos torna impotentes. Sou um monstro preso em uma gaiola feita com palitos.
Que a loucura de ser consciente me retire dessa impotência sem fundamentos.
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