quarta-feira, 23 de março de 2011

Inclassificáveis

Naquele dia, como em vários outros dias, chegou em casa exausto. Coração palpitando pelo estresse do trânsito. As pernas pesadas e a velha sensação de que não aguentaria nem comer, cairia na cama e só.
Jogou o saco de pão no sofá, a roupa no chão do banheiro, esqueceu a toalha no varal, mas mesmo assim entrou no banho. O telefone tocou, Ah! Isso lá é hora de telefone tocar!, fez que não ouviu e continuou em baixo do chuveiro. Pensou numa música, mas não havia ânimo para cantar...só pensou... pensou na água que molhava o seu corpo castigado das horas de trabalho, o valor da conta no fim do mês e fechou o registro.
Saiu nu e molhado do banheiro. Correu para o quarto com medo de que alguém o visse pela janela, com certeza não seria uma das melhores cenas. Acendeu a luz e quando viu a cama deitou sem pestanejar. Um instante ilusório acompanhou-o, o baque na cama, como aqueles que temos quando pulamos no mar, a sensação de dor e logo depois quando quebramos a tensão superficial da água e suas ondas se propagam o corpo afunda e sente a delícia do mar, os próximos instantes são de tensão onde vez ou outra esquecemos de prender a respiração e precisamos voltar a superfície. O impulso, depois o longo suspiro e por último a sensação de que a água está ótima. O corpo relaxa e tenta não ser levado pela corrente. Mas o frescor e a sensação de bala de hortelã com água gelada são impagáveis.

Quando acordou era madrugada e a lua estava do outro lado da janela, longe e pálida. Olhou para ela, a luz clareava o cômodo... Não dormiu mais.

Naquele dia como há muito não fazia esperou o sol raiar enquanto admirava as outras estrelas.

2 comentários:

Arinalva disse...

Detalhe: cá estou eu, procurando o link pra seguir o loucura. Não sei se a minha miopia piorou, pq eu não achei rsrsrs.
Abraço!!

HBMS disse...

hehe, eu acabei tirando essa opção xD