quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Quantas vidas cabem em um ano?

 Começo a escrever com o sentimento de que em 2025 eu já vivi 3 ou 4 anos condensados em meses. Transições, mudanças abruptas, montanha-russa em emoções e tremores no chão onde pisam meus pés. 

Que ano, amados e amadas, que ano! 

Ao mesmo tempo que chegou com grandes conquistas também trouxe altas doses de ansiedade, estresse, urgência por concentração, e reflexões sobre a minha estadia no mundo. 

Às vezes percebo que mesmo se a gente se acabar de trabalhar não vai acessar alguns espaços que exigem rios de dinheiro, nem ter a casa de vários quartos e sofá duplo na sala, mas ao mesmo tempo me pergunto, será que é isso mesmo que eu quero?

Comecei a ler um pequeno livro sobre agradecer e mesmo sendo algo simples  tem feito a diferença. Tenho me esforçado para mentalmente agradecer pelo que já tenho, pelo que sou, pelas situações que acontecem em momentos que os pensamentos divagam. Às vezes me surpreendo com o que ocorre na vida dos outros e sinto um cadinho de inveja, mas me lembro novamente por tudo que sou grata. Não é mágica, mas aquece o coração. 

Recentemente enquanto andava na rua cheguei a conclusão do que quero pra mim. Quero viver uma vida em que eu me faça feliz pelas escolhas tomadas, abraçada por dias de paz e sossego. Uma vida simples, livre de excessos e complicações desnecessárias. Uma vida preenchida pela possibilidade de desenvolver meus potenciais criativos através da arte, do meu trabalho, das relações humanas criadas. Uma vida onde o sangue pulsa correndo pelas veias e a gente sente a alegria em estar vivo. 

Com a paciência de um artesão que dedica sua atenção a pequenos detalhes de uma peça, que faz e refaz com dedicação e esmero, quero me dedicar aos pequenos momentos dessa vida, aqueles que passam despercebidos, mas que são feitos por eles o alicerce do nosso existir. 

A mais linda obra não é um prédio ou um local de luxo, é ser você mesmo em sua essência e potencialidades.


antigos sonhos

respiração lenta

movimentos dançantes 

risos sem motivo

poesia

tempo de paz

Agradecer por existir.

 

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