E eu só peço paciência.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
Achados e nem tão perdidos
Encontrei vários sites/blogs/grupos no face/vídeos legais e vou colocar alguns links aqui caso alguém tenha interesse em olhar as minhas "últimas" buscas no google.
No Meninas Black Power saiu um texto que exprime um pouco o que ando pensando atualmente, o título é
''MODA, MOVIMENTO POLÍTICO, ESTÉTICA. E PÓS MODA?'', vale a pena dar uma olhada.
A série web-documentário Raiz forte é dividida em três partes e de certa forma aborda os rituais de manipulação do cabelo crespo durante a infância, a transição na adolescência e a busca pelo cabelo crespo natural de muitas mulheres negras.
Transition, também conhecido como Big Chop. Encontrei esse vídeo por acaso num blog que nem lembro mais qual foi, mas com certeza ele me inspirou profundamente.
E por último o Ambiente Vistoriado, sempre encontro muita coisa boa por lá.
Bem, atualmente vou em busca de questões políticas na estética.
Au revoir, mon amour!
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Liberdade para ser.
O espelho é um objeto cruel quando não se está
bem consigo mesmo.
Nasci, cresci e me transformei em ideias,
sonhos e realidade.
Um pouco sobre mim
Cortei drasticamente o
cabelo no dia 17 de outubro de 2012.
Cortei por diversos
motivos, para deixar crescer o cabelo natural, diminuir o trabalho de camuflar
o cabelo misto (com química e natural ao mesmo tempo), para dar uma trégua nos
acessórios forçados domadores de cabelo, mas sinceramente, nada disso me
incomodava o suficiente para corta-lo, nem mesmo o trabalho de passar uma hora
tentando desmanchar os nós que os cachos formavam, o principal motivo e quem
sabe eu poderia dizer único motivo que me deu ânimo para fazer isso foi a minha
infelicidade diária com o que via no espelho. Não há nada mais angustiante do
que não ser feliz consigo mesma, não estar bem com a mente e o corpo, não
sorrir feliz ao ver o próprio reflexo.
Cortei minhas mágoas,
meu medo, minha raiva há tempos oculta por não ter tido força e ânimo de me
descobrir alguns muitos anos atrás, quando também tentei deixar de usar a
química e manter o meu cabelo natural. Recordo que um dia voltando para casa
duas meninas que eu nem mesmo conhecia me chamaram de bruxa por eu ter o cabelo
cheio e naquela época bastante maltratado, lembro que tinha meus 14 anos e era
nova demais para entender até onde poderia ir minha própria vontade. Lembro das
pessoas que julgavam a minha forma de lidar com a aparência, meu aparente desleixo.
Lembro do meu discurso interno de valorização pessoal, cultural e social,
expressão da opinião e personalidade, a luta contra a frequente negação do
crespo/cacheado, e o mais importante: a aceitação do indivíduo por ele mesmo. Lembro
de tudo isso durante minha infância e adolescência e tenho orgulho de ser quem
sou, de manter meus ideais aos quais depositei tanta confiança.
Não nego que o período
em que realizei a química foi extremamente importante, pois paralelamente ao
avanço da idade ela me ensinou a ser mais cuidadosa comigo mesma, a prestar
atenção aos sinais do meu cabelo e de três em três meses descobrir a cacheada
que havia em mim (rsrs).
Durante um tempo
pesquisei muito pela internet e descobri inúmeros casos parecidíssimos com o
meu, mulheres que alisaram o cabelo desde a infância por diferentes motivos e
apenas na fase adulta se assumiram como crespo/cacheadas. Isso me dá algumas
ideias, a primeira é de que na verdade grande parte dessas mulheres não nutriam
essa “adoração” pelo estilo liso, apenas não tiveram a oportunidade de
valorizar-se, a segunda ideia é de que muitas mães não sabem o que fazer para
lidar com o cachos das crianças e recorrem a formas de alisamento, a terceira
está intrinsecamente ligada a todas as outras que por economia de palavras não direi
aqui, a desvalorização social e o preconceito, infelizmente presentes em nossa
sociedade miscigenada e rica em diversidade.
Atualmente vou levando
minha vida e me transformando a cada dia.
O cabelo em si é a
representação da minha luta interna.
Só se passaram duas
semanas, contudo,
desde então o sentimento que eu tenho é de pura e sincera
alegria.
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