A vida é um moinho...
Vivemos para ganhar a
vida sem percebermos que muitas vezes perdemos de viver.
Estava lembrando fragmentos
antigos de pensamentos meus... desejos passados, análises profundas sobre
coisas que hoje não fazem a menor diferença, medos que me atormentaram mas que
desapareceram assim como chegaram, sem rastros.
Não sei o que habita
as crianças, qual o mistério de ser criança? Manter o espírito de curiosidade e
surpresa, sorrir porque é bom estar na companhia daqueles que desejamos bem e
gostamos... Pensar no mundo como uma caixa de surpresas... Ver o mar e se
maravilhar com a sua grandeza.
Onde mora o mistério
de ser criança? Levar no coração a inquietação do que ainda há por vir.
Aonde deixei o meu
amor pelos animais? A curiosidade pelas plantas?
De onde viemos e para
onde vamos... já deixei de me fazer tantas perguntas que durante anos nortearam
minha vida. Hoje não pergunto mais para onde vamos e sim para onde vou, que
vazio pensar no singular, que vazio desistir sem perceber de ser plural.
Continuo o poço de emoções
e imaginação, mas cada dia ele deixa um pouco do seu brilho esvair-se...
Durante o
engarrafamento descobri que mudei, mas não sei dizer se mudei para melhor...
talvez tenha alguma relação com o fato de eu ter deixado de olhar para as
estrelas.
O que me salva é a consciência
da transformação, é ela que me avisa quando chega a hora de rejuvenescer o
espírito.