7 meses desde que entrei nesse casulo de transformações chamado residência.
7 meses. E já não sou a mesma desde o primeiro dia.
Se houvesse tempo para pensar saberíamos que estamos andando na contramão e que a vida não é pra ser feita apenas de tensão e dívidas. Se sobrasse disposição para inovar e criar... as páginas deixariam de estar em branco. Se houvesse mais tempo para dormir talvez brotassem mais sonhos nos nossos dias. Mas vamos seguindo, vivendo como nossos pais, tentando lembrar que um dia prometemos não repetir os mesmos erros, esquecendo dos problemas sociais e vivendo na famosa bola de vidro.
Vamos andando que "mais um dia menos um dia", mas o de hoje já acabou. Tempo ocioso também é vida e é por isso que as crianças são tão hábeis em aprender, pequenos gênios que surgem nas areias do ócio. Mas não há tempo para pensar outra vez, se o fim do mês chegar... não haverá hora se não for a extra.
Na beira do leito, à noite, o vento sussurra no ouvido do outro que a solidão arrebata o coração, que os dias passaram rápido e que o abraço poderia ter sido mais demorado. A comida de casa de repente parece a melhor comida do mundo. E o vizinho chato? Continua chato, mas talvez não fosse tão ruim assim. O vento fofoca horrores nos ouvidos alheios fazendo o coração apertar. A porta bate incansável e anuncia que a noite ainda será longa.
E no fim só queremos ser amados. Amados por qualquer um, a qualquer hora.
Ser normal para ser aceito.
Seguir as regras para ser incluído.
Ter sucesso para ser "alguém".
Estética para ser admirado.
Nesse mundo alimentamos mentiras para sermos amados.
Estimulamos o ego para sobreviver se não formos capazes de amar e ser amados.
É só o amor que conhece o que é verdade.
Abracadabra!, eu disse, mas as vendas não caíram.
E meus sentidos ainda permanecem na hipnose que um dia entrei.
Mundo de ilusões, me deixe em paz.
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