domingo, 21 de abril de 2013

Acontecimentos da vida cotidiana.


No meio de uma multidão agitada e confusa tentei me encostar nas grades que separavam a rua dos funcionários que organizavam o evento. Até aí não havia nada demais até passar o primeiro balão preso no palitinho de forma a ficar sempre como se estivesse voando. Eu quero! Foi o meu primeiro pensamento. Eu quero e eu vou conseguir pegar um para mim! Foi o meu segundo pensamento. A partir desse momento observei as pessoas que passavam tão longe segurando cachos e cachos de balões para distribuir, mas eu estava a uma multidão de distância (se é que eu posso realmente medir algo assim). Alguns passaram voando por mim e eu gritava "É meu! É meu!", me esticava na ponta dos pés, erguia os braços e mentalizava "vêm balãozinho, vêm balãozinho", mas no momento em que eles vinham chegando o vento mudava de direção e levava embora. Um passou entre meus dedos, mas escorregou e se foi. Acredito que passei uma hora caçando balões espremida entre as pessoas. De repente, alguém conseguiu pegar e me ofereceu o balão, tão simples fato, mas por alguns instantes senti os olhos umedecerem. Segurei com bastante força e não deixei que escapasse por nenhum instante.
Balão branco em formato de coração preso num palitinho branco se sacudindo com o vento. Que alegria!
Mas a vida brinca com a gente e foi então que uma menina pequena e sozinha encostou ao meu lado no meio de tantas pessoas e pediu o balão umas duas vezes. Pensei em negar, demorei tanto para conseguir este, queria segurar por todo o caminho e levar para casa, mas foi um pensamento breve e antes mesmo dele terminar eu já havia dado... e o balão foi embora fazendo a alegria de outro alguém.


Não sei porque, mas isso me fez pensar tanto sobre a minha vida... Nos esforçamos bastante por algo ou por alguém, chegamos a quase alcançar, tentamos, insistimos e quando conseguimos apesar de tudo também deixamos que se vá.





Roda mundo, roda gigante...







domingo, 14 de abril de 2013

Em caso de amor use a saída de emergência

Muitas vezes me perguntei o motivo de eu perder o interesse por alguém a quem dediquei carinho e atenção mesmo havendo (vez ou outra) reciprocidade entre as partes.
Já tinha lido no horóscopo, mas não achei que fosse verdade, até pensei "Será mesmo?", mas hoje sei que era e é verdade. 
Aquariana de nascença não sei viver sem discussão, não aquela de brigas e pratos quebrados no chão até porque sempre achei isso muito desperdício de dinheiro, tempo e louça, falo da discussão saudável sobre assuntos da vida vivida ou sonhada, cultural ou política, filosófica e circense que é o nosso pão e circo de cada dia. Simplesmente eu sou louca por discordar só para alimentar um bom e velho papo sobre algum assunto interessante (de vez em quando até sem sentido também rs), nem sempre eu concordo ou discordo ferrenhamente, o meu objetivo é a reflexão em conjunto. É, eu sei, isso é chato às vezes, mas alimenta minha alma e eu insisto.
Gosto de conversas vazias, mas prefiro as recheadas de passeio, música, "paletadas" pela rua sem direção, sorvete de napolitano, cinema e sentimento, gosto de tudo que é feito com sentimento. Gosto do olhar perdido e apaixonado do músico pelo seu instrumento, da expressão do ator naquela cena fatal, da melancolia das folhas quando se balançam com o vento e da leveza das ondas, do andar acompanhado.
Gosto da saudade, da presença e da madrugada. Gosto de gostar. 
Mas de repente algo acontece e tudo isso passa... De repente, não mais que de repente a outra pessoa vira um cachorro sem dono e as conversas se desfazem caindo na triste rotina do "Oi! Tudo bem? Tudo bem...", desejos e excesso de hormônios tomam conta do lugar das gostosas conversas sobre as pessoas, o mundo, universo e tudo mais, com isso eu sinto um vazio e o alimento da minha alma vai se esvaindo na escassez de dias recheados e nas tentativas em vão de estimular o tesão por uma conversa inteligente. Não que eu não goste do corpo a corpo e tudo mais, não vou nem comentar muito para controlar os ânimos, mas são as sinapses que realmente me fascinam. 

Amor é viver a loucura de ser e estar junto sem nem mesmo se saber porque.


Ps.: Algum dia eu vou conseguir explicar o que ser e estar significam pra mim, 
apesar de eu já ter tentado dizer isso outras vezes.








sábado, 13 de abril de 2013

Achados e perdidos

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco!

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

quinta-feira, 11 de abril de 2013

E eu choro

Sim, eu choro pelos animais. Choro pela morte e pelos maus tratos e me dói mais ainda quando são animais que eu conheço, que brincaram comigo, puxaram a barra da calça e os meus cadarços só pra pedir carinho e depois se aninharam em meu colo.

Choro pela perda. Mais uma perda.

Me sobe um enjoo só de imaginar o que pode te acontecer sozinho ferido na rua...






terça-feira, 9 de abril de 2013

É tempo de reciclar

 Parece que já se passaram anos desde o dia em que  montei meu quadro de recortes, mar, barquinho/xícara de chocolate quente, céu laranja... Realmente já faz muito tempo. Hoje vivo outras histórias, mas vez ou outra há momentos que me fazem lembrar do meu monstro dourado e seu barco a velejar.









sexta-feira, 5 de abril de 2013

Aquário


Saí tão cedo de casa hoje que esqueci de olhar o horóscopo, de lavar a louça, de guardar o queijo e comer o pão que o diabo amassou. Aproveitei o dia corrido para desacelerar e viver um pouco mais. 



O mistério da vida é se apaixonar todos os dias e se entregar sem medo de se perder.
É se perder e se encontrar e se perder novamente sem medo do que virá.
É seguir em frente, mas parar quando for necessário.
É se fazer e refazer em busca de ser o seu melhor.
É pensar no futuro com alegria de viver o presente.
O mistério da vida é ser e estar.
Ser você mesmo e estar de corpo e alma aonde quer que você vá.
É ter acima do medo a coragem.
Coragem de viver.



Flores do meu jardim.